Nota pastoral faz interpelações à Família Franciscana e à sociedade pelo jubileu dos 800 anos
Fátima, 12 abr 2018 (Ecclesia) – A Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgou hoje o documento “Oito séculos de presença franciscana em Portugal” onde valoriza a “ação missionária, a obra cultural e a intervenção social” do carisma franciscano.
“Desejamos que esta celebração jubilar seja ocasião para uma tomada de consciência das sementes franciscanas que ao longo do tempo foram germinando e crescendo na alma portuguesa”, lê-se na Nota Pastoral publicada no fim dos trabalhos da Assembleia Plenária da CEP.
Os bispos católicos portugueses consideram que o jubileu dos 800 anos é um “oportuno momento de interpelação” para os franciscanos e para a sociedade.
A partir do exemplo do fundador São Francisco de Assis, os membros da Família Franciscana devem ser também, sempre e cada vez melhor, “anúncio vivo e transparente de Jesus em palavras e obras”.
“Se assim for, o Franciscanismo tem futuro nos tempos de hoje apesar dos obstáculos da caminhada”, observa a Assembleia Plenária da CEP, que terminou hoje em Fátima.
Para a sociedade atual, os bispos referem que São Francisco “tem igualmente uma palavra forte” pelo seu amor “à simplicidade e à pobreza” que é convite “a um estilo de vida sóbrio e respeitador da ‘casa comum’ da Criação”.
“A sua mensagem de Paz e Bem é estímulo à promoção da fraternidade universal, fundada não em vago humanitarismo social, mas na consciência agradecida de que Deus é Pai comum de toda a humanidade”, desenvolve a nota pastoral.
Num “momento de acentuada crise de vocações”, que a vida consagrada atravessa, a Conferência Episcopal Portuguesa revela que acompanha com “esperança” a “situação de prova que também atinge a Família Franciscana”.
Neste contexto, entre as razões da “esperança”, os bispos destacam a “interpelação suscitada” pela Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco, sobre o Cuidado da Casa Comum: “Pela inspiração desta no Santo de Assis, como pelos horizontes que abre às preocupações e ações de toda a humanidade.”
Na Nota Pastoral ‘Oito séculos de presença franciscana em Portugal’ é recordado que o carisma de Assis é uma “árvore frondosa de numerosos ramos” que chegou a Portugal em 1217 e estabeleceram-se em Alenquer e Guimarães.
“Não sendo franciscana a pia batismal do novel Reino de Portugal, o cunho franciscano cedo impregnou muito do Cristianismo português na vivência da piedade cristológica e mariana, sobretudo na celebração do Natal (presépio), na devoção à Paixão de Cristo (via sacra) e no culto da Imaculada Conceição”, destacam.
Na sua nota, distinguem também a ação missionária, a obra cultural e a intervenção social dos diversos ramos Franciscanos, padres e frades, religiosos e leigos.
Os bispos, reunidos desde o dia 9 de abril, em Fátima, analisaram um Plano de Comunicação Social da Igreja” e de Formação de Catequistas, o regulamento 2016/679 da União Europeia, relativo à proteção de dados pessoais, falaram dos Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, e publicaram uma nota pastoral dedicada ao ‘Outubro de 2019 – Mês Missionário Extraordinário’.
A CEP é a entidade representativa da Igreja Católica em Portugal e uma das conferências mais antigas, atuando regularmente como tal desde os anos 30 do século XX, embora só em 1967 tivesse os primeiros estatutos.
CB