Igreja Católica satisfeita com sinais de amizade entre cristãos e muçulmanos

A tradicional mensagem do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso por motivo do encerramento do mês do Ramadão endereça aos muçulmanos uma saudação e uma bênção, fazendo votos que esta possa ser motivo de conforto “para todos os que tem sofrido e sofrem devido a conflitos armados”. No texto, divulgado ontem, a Santa Sé expressa a sua satisfação pelos sinais de amizade entre cristãos e muçulmanos. «O mês do Ramadão não é só um tempo de jejum, mas também um período de intensa oração. Desejo assegurar-vos, queridos amigos muçulmanos, que estamos próximos de vós na oração a Deus Omnipotente e Misericordioso”, escreve o arcebispo Michael Fitzgerald, presidente deste Dicastério. “Que Ele abençoe a cada um de vós», deseja o prelado britânico, «e que esta benção seja fonte de consolo em especial para os que sofreram ou ainda padecem por causa de conflitos armados. Que o Deus de bondade nos dê a todos a força para ser verdadeiros construtores da paz”. Parte do escrito foi dedicado este ano à necessidade de construir a paz partindo dos quatro valores propostos há 40 anos atrás por João XXIII na sua encíclica «Pacem in Terris».Os valores da verdade, da justiça, do amor e da liberdade devem estar presentes para que existam «boas e harmoniosas relações entre povos e nações», recorda D. Fitzgerald. Isto implica por sua vez «reconhecer que pertencemos todos a uma única família humana e que devemos ver nossos semelhantes como nossos irmãos e irmãs”, acrescenta. A mensagem ressalta que, durante este tempo do Ramadão, são muitos os cristãos que seguem a tradição muçulmana e organizam a “Iftar” (a refeição que interrompe o jejum, no final de cada jornada) para compartilhá-la com seus amigos muçulmanos, assim como são muitos os muçulmanos que compartilham essa refeição com amigos de outras religiões, numa atmosfera de alegria e confraternização. “Esses sinais de amizade são dignos de apreço, sobretudo num tempo repleto de inquietações e tensões no mundo”, afirma o arcebispo.

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