Falecido arcebispo liderou Diocese de Sá da Bandeira, hoje Lubango, antes de regressar a Portugal em 1977
Lisboa, 20 mai 2014 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal de Angola evocou hoje o caráter “visionário e pacifista” do arcebispo emérito de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, falecido esta segunda-feira, destacando a sua passagem no país como bispo de Sá da Bandeira, hoje Lubango.
“Para nós é uma perda irreparável, mas deixou o sabor do Evangelho, da alegria, do valor da dignidade da pessoa humana. Conseguiu valorizar o clero autóctone, oferecendo-lhe a formação necessária e indispensável para melhor poder servir o povo de Deus”, disse à Lusa o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), D. José Manuel Imbamba, arcebispo do Saurimo.
D. Eurico Dias Nogueira era natural da Diocese de Coimbra e estudou em Roma; a 10 de julho de 1964 o Papa Paulo VI nomeou-o bispo de Vila Cabral, atual Lichinga, em Moçambique, tendo participado na terceira sessão do Concílio Vaticano II, assembleia que decorreu de 1962 a 1965.
Recebeu a ordenação episcopal no dia 6 de dezembro de 1964 e em 1972 foi transferido para Sá da Bandeira, hoje Lubango, em Angola; pediu a resignação da diocese angolana, aceite por Paulo VI a 3 de fevereiro de 1977, e a 5 de novembro do mesmo ano o Papa italiano nomeou-o arcebispo de Braga, missão que manteria durante mais de duas décadas.
Segundo D. José Manuel Imbamba, o falecido arcebispo foi uma figura “ilustre”, homenageando “aquilo que ele representou para a igreja angolana, naquela altura” e a “energia que imprimiu na Arquidiocese de Lubango”.
“O seu carisma fez-se sentir e deixou marcas até hoje”, refere o arcebispo de Saurimo.
O funeral do falecido arcebispo vai realizar-se esta quarta-feira, às 15h30, na Sé de Braga.
OC