Igreja: Austrália vai receber Congresso Eucarístico Internacional em 2028

«A fraternidade do crente que se alimenta da Eucaristia repensa as relações com os outros, a dimensão do perdão e da ajuda samaritana» – Cardeal Baltazar Porras Cardozo

Foto: Secretariado Nacional da Liturgia

Quito, 16 set 2024 (Ecclesia) – O representante do Papa para o 53.º Congresso Eucarístico Internacional (CEI) afirmou este domingo, na Eucaristia de encerramento deste encontro, que “a fraternidade não é uma opção” para os cristãos e anunciou que a próxima edição é na Austrália.

“Para os cristãos, a fraternidade não é uma opção que se pode ou não tomar, é consubstancial à fé cristã e também um imperativo evangélico”, disse o cardeal Baltazar Porras Cardozo, este domingo, em Quito, capital do Equador.

“É urgente cuidar agora dos que têm fome de alimento e de dignidade, dos que não têm trabalho e lutam para sobreviver; a fraternidade do crente que se alimenta da Eucaristia repensa as relações com os outros, a dimensão do perdão e da ajuda samaritana”, acrescentou o arcebispo emérito de Caracas, citado pela organização do CEI2024.

O 53.º Congresso Eucarístico Internacional realizou-se em Quito (Equador), com o tema ‘Fraternidade para curar o mundo. «Todos vós sois irmãos» (Mt 23,8)’, de 8 a 15 de setembro.

“A reflexão sobre a fraternidade ajudou-nos a aprofundar o conceito, mas também e, sobretudo, a descobrir a diversidade dos seus desafios, a escutar o que o espírito sugere como resposta e a sua ligação com a Eucaristia”, salientou o legado pontifício.

Foto: 53.º Congresso Eucarístico Internacional

D. Baltazar Porras Cardozo explicou que a fraternidade é “o vínculo de união entre os seres humanos”, como expressão de uma autêntica filiação, “no respeito da dignidade da pessoa, da igualdade de direitos e da solidariedade recíproca, de uma radical familiaridade com a paternidade criadora e a maternidade consoladora”.

Participaram neste encontro internacional 53 delegações e cinco mil congressistas de todo o mundo, incluindo de Portugal, com 22 elementos – um bispo, 12 sacerdotes, um religioso e oito leigos.

“[Chegamos] ao fim do 53.º Congresso Eucarístico Internacional com os alforges cheios de testemunhos ricos e cheios de esperança, com a certeza de que a Eucaristia e a devoção ao Coração de Jesus alargarão o horizonte das nossas vidas para melhor servir um mundo contraditório, ferido, mas redimido em Cristo, com a tarefa de o transfigurar”, acrescentou o legado pontifício, na Missa de encerramento que reuniu “mais de 25 mil” pessoas, no Parque Bicentenário, em Quito.

 

O arcebispo emérito de Caracas salientou também que o cuidado da casa comum “é fruto da fraternidade”, e deu como exemplo a América Latina, um “continente devastado pela exploração irracional da natureza”, realçando que “a dimensão ecológica adquire cidadania como virtude a ser construída”.

Antes da bênção final da Eucaristia de encerramento do CEI 2024, o legado pontifício anunciou que a cidade de Sydney, na Austrália, vai ser a sede do próximo Congresso Eucarístico Internacional, em 2028.

A delegação australiana, num vídeo, assinalou que vão receber o 54.º Congresso Eucarístico Internacional por ocasião dos 100 anos do 29.º CEI, realizado em Sydney, em 1928.

Do programa do 53.º CEI destaca-se no dia anterior, sábado, a Eucaristia, presidida pelo presidente da Conferência Episcopal Equatoriana, D. Luis Cabrera (OFM) arcebispo de Guayaquil, na igreja de São Francisco, seguindo-se a procissão com o Santíssimo Sacramento, pelas ruas do centro histórico de Quito, com tapetes floridos – pétalas de flores, serradura colorida e outros produtos naturais -, até à Basílica do Voto Nacional.

CB/PR

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