Igreja atenta ao drama do desemprego

Conselho Nacional de Pastoral Operária reuniu em Aveiro e afirma que hoje se perdem empregos «com muita facilidade» O Conselho Nacional de Pastoral Operária, que congrega os organismos que fazem trabalho de Igreja no Mundo Operário: JOC (Juventude Operária Católica), LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento de trabalhadores Cristãos), MAAC (Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças), PEMO E REMO (Padres e Religiosas em Mundo Operário) e Comissões Diocesanas da Pastoral Operária, reuniu nos dias 27 e 28 de Setembro de 2008, na Casa Shoënstatt, na Gafanha da Nazaré, na Diocese de Aveiro. Este Conselho iniciou-se com um espaço de formação, orientado por Jorge Cunha sobre a “Dignidade Humana em Meio Operário”. Dos aspectos abordados sublinhamos as seguintes ideias: • É necessário ligar o Valor e o Trabalho • Os objectos têm valor porque são produtos do trabalho. • Ligar o trabalho e o capital: o capital é trabalho acumulado. • O valor do trabalho está próximo da dignidade da vida: privar o ser humano do valor do trabalho é tão grave como matar. Apontou, ainda, reflexão sobre alguns caminhos a seguir: • Uma nova ética: do domínio do capital à solidariedade na produção e utilização. • Uma nova espiritualidade: da ganância ao prazer da actividade realizadora. Da partilha da realidade vivida pelos Movimentos e Comissões Diocesanas constatamos que em várias regiões do país onde prevalecem determinados sectores de actividade, têxteis, vestuário, calçado e mesmo outras actividades, não tão marcantes em termos geográficos, como a construção civil, metalurgia, vidro, perdem-se hoje empregos com muita facilidade e não têm surgido suficientes alternativas para atenuar um problema sério que é hoje o desemprego. Bastante do trabalho que vai surgindo é trabalho precário, mal pago e com horários desestabilizadores para o ambiente social e familiar. Há um receio sério por parte daqueles que vivem do esforço do seu trabalho, quanto ao futuro do meio operário e da sua subsistência. Face a esta realidade a Pastoral Operária propõe-se reflectir, aprofundar e tomar posição sobre o Trabalho Digno, a Segurança Social, o Endividamento, a Participação Activa, as Migrações, o Desemprego e a Humilhação nas Falências. Perante estas preocupações a Pastoral Operária é chamada a ser sinal de esperança e luz na caminhada: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5,16). Queremos ser anúncio de boa nova, assumir a militância, interpelar, questionar. Sempre do lado do “bom combate”, que é do lado dos mais desfavorecidos, do lado da justiça, sempre no interesse do bem comum e da cidadania responsável. “Cada grupo deve ter em conta as necessidades e as legítimas aspirações dos outros grupos, e mais ainda o bem comum de toda a família humana” (Gaudium et Spes nº26). Conselho Nacional Pastoral Operária – Setembro 2008

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