Igreja: Ano da Vida Consagrada ajudou a «retomar o essencial da vida» religiosa

Balanço do delegado da Conferência Episcopal Portuguesa para o setor

Faro, 28 jan 2016 (Ecclesia) – O delegado da Conferência Episcopal Portuguesa para o diálogo com os Institutos de Vida Consagrada faz um balanço positivo do Ano da Vida Consagrada, que vai terminar a 2 de fevereiro.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Manuel Quintas destaca “um ano muito rico” que ajudou cada congregação religiosa do país a “retomar o essencial da sua vida” em linha com o “carisma” e as “opções próprias do seu instituto”.

“Houve várias iniciativas para a celebração deste ano em que procurei estar presente, sempre que era solicitado (…) fizeram-se programas, propostas celebrativas, de convívio, até ao nível temático, de aprofundamento, penso que foi um ano que temos de dar graças a Deus por ele”, salienta o bispo do Algarve.

No lançamento do Ano da Vida Consagrada, no final de 2014, o Papa destacava três pilares que deviam animar a Igreja e todos os religiosos: o testemunho, a profecia e a fraternidade.

“Os consagrados têm esta missão de quase abanar, despertar quem está assim adormecido, entorpecido ou anestesiado pela vida”, aponta o prelado.

O delegado da CEP para o diálogo com este setor sublinha ainda o desafio do Papa argentino para que, ao longo do último ano, os consagrados trabalhassem a dimensão da fraternidade.

“Um sinal que pode ser resposta para aquilo que o mundo procura, que é esta dimensão de família dos povos, das nações. Nós nascermos para vivermos com os outros e ao serviço dos outros, e não contra os outros, é isto que nos realiza”, realça D. Manuel Quintas.

Sobre a situação da Vida Consagrada na Diocese do Algarve, o bispo admite que a realidade das congregações não é fácil, pois só “nos últimos 10 anos fecharam várias comunidades, umas 7 ou 8”.

No entanto, mais do que “lamentar aqueles que saíram”, e “não se pode contrariar a realidade e a verdade desses institutos”, muitos deles envelhecidos, é preciso dar graças pelos “que continuam” e pelo “testemunho que continuam a dar”.

Atualmente são 19 os institutos de vida consagrada presentes na diocese, constituídos por 75 membros, dos quais 53 são irmãs, 16 são padres religiosos (que têm a seu cargo 23 paróquias na diocese, mais de um quarto do total das comunidades paroquiais) e seis são consagrados de vida secular.

Homens e mulheres que cumprem a sua missão “sempre com grande disponibilidade, generosidade, alegria, a visitarem os doentes, a estarem atentos aos pobres, a participarem na vida das paróquias a todos os níveis, da liturgia, do canto, da catequese, da catequese de adultos, da preparação dos sacramentos”, destaca o bispo.

D. Manuel Quintas, ele próprio consagrado pela congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), enaltece ainda o contributo dos irmãos carmelitas na região algarvia.

“A sua oração e o testemunho que dão são fonte de bênção para toda a diocese”, frisa o prelado.

No próximo domingo, dia 31 de janeiro, a Diocese do Algarve vai concentrar todos os consagrados do território na Paróquia de Silves para uma grande celebração comemorativa pelos dons recebidos ao longo deste Ano da Vida Consagrada.

“Será também uma ocasião para partilharmos a alegria que nos anima em prosseguir a nossa consagração e a nossa vivência do Evangelho, no seguimento de Cristo, com as dificuldades de todos”, conclui D. Manuel Quintas.

JCP

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