D. Armando Esteves Domingues celebrou Missa Crismal com clero de todas as ilhas, na Sé de Angra
Angra do Heroísmo, Açores, 05 abr 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse aos sacerdotes, na Missa Crismal, que são “convidados à imitação de Cristo e um mesmo olhar pascal”, que este é o momento de darem tudo para “erradicar da sociedade imagens gastas de pastor”.
“Ser padre é uma missão nobre e exige generosidade e espírito de serviço. As provas que vivemos são uma oportunidade para purificar tudo o que não dá beleza ao ministério. Dignificá-lo depende de cada um de nós e passa por nos desprendermos de nós mesmos, das coisas e das pessoas”, afirmou D. Armando Esteves Domingues, esta terça-feira, na celebração que presidiu na Sé de Angra.
Numa homilia enviada à Agência ECCLESIA, o responsável disse aos padres açorianos que são convidados, mais uma vez, “à imitação de Cristo e um mesmo olhar pascal”, e que este é o seu momento, darem tudo de si para “erradicar da sociedade inteira o que são imagens gastas de pastor que se entende como tendo recebido o poder diretamente de Deus”.
“O poder é de Cristo e Ele crucificado. E nele somos chamados a viver e agir, como humildes servos. A nossa missão, nascida do lado aberto de Cristo, não é olhar e chorar as próprias feridas, mas, aceitando-as e amando-as, sair mais forte para consolar os sem dignidade e libertar todos os que são vítimas de maldade, os injustiçados e desprezados porque frágeis”, desenvolveu.
D. Armando Esteves Domingues incentivou os sacerdotes a serem “padres felizes”, em cada momento da vida, mesmo fora dos momentos em que “visivelmente exercem o ministério ordenado”, assinalando que se vive “num contexto difícil para a vida da Igreja em Portugal” e para cada padre, bispo ou leigo.
Estamos sob suspeita, levamos na nossa cruz o peso das falhas de alguns irmãos nossos e a dor das vítimas. Quando alguém falha, falhamos todos. Quando alguém sofre, sofremos todos. No caminho que fazemos para construir comunidades em estilo sinodal, os abusos podem ser de poder, de autorreferencialismo, de menosprezo pelo sentir e pensar dos fiéis leigos em relação ao que diz respeito a todos, de consciência, de busca desmedida de bens materiais, etc.”
A Igreja Católica está a viver desde domingo, com a celebração de Ramos, a Semana Santa; os momentos centrais começam esta quinta-feira, dia em que se celebram a Missa Crismal, que reúne em torno do bispo o clero da diocese, são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o santo óleo do crisma, e a Missa da Ceia do Senhor.
A Diocese de Angra informa que a Missa Crismal foi antecipada para esta terça-feira “por causa da geografia insular”, para que os sacerdotes pudessem celebrar na Sé com o seu bispo e regressar às comunidades para as celebrações pascais.
“Hoje ou quinta-feira recebereis mensagens de parabéns. Aceitai também os meus, com os sentimentos que nutro por vós e nos quais quero crescer. Se ainda não somos, quero que nos tornemos família, para mim tanto ou mais importante que a de sangue. Sois a família que Deus me deu e me confia para cuidar”, disse D. Armando Esteves Domingues, bispo de Angra desde 15 de janeiro, saudando os sacerdotes que celebram 25 e anos de ordenação.
Na homilia, o presidente da celebração destacou “dois gestos poderosos” que tocaram os sacerdotes no dia da ordenação e pelos quais receberam “de Deus o Espírito Santo, dom para uma missão particular”, lembrando que “os padres são de modo especial sacramentalmente irmãos”, incentivando a um “comportamento fraternal”, e “não são artigos em série”.
CB/OC