Igreja/Abusos: Comissão Justiça e Paz de Coimbra pede atitude «proativa» e centrada nas vítimas

Organismo católico defende necessidade de assumir «responsabilidades dos atos praticados»

Coimbra, 14 mar 2023 (Ecclesia) – A Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra apelou a uma “atitude vincadamente proativa” na gestão dos casos de abusos sexuais na Igreja.

Em nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, o organismo católico defende uma “assunção frontal de responsabilidade pelos responsáveis da Igreja de Portugal na qual esteja presente a empatia, identidade e solidariedade com as vítimas”.

“É o respeito pelas vítimas que nos compele, convocando a defesa dos mais frágeis e vulneráveis, em nome da justiça, construindo a paz”, acrescenta o comunicado, intitulado ‘Esperança e Verdade’.

A nota segue-se a uma tomada de posição da Comissão Nacional Justiça e Paz, perante o “sofrimento das vítimas de abusos sexuais e os inaceitáveis atos sobre elas cometidos”, após a publicação do relatório produzido pela Comissão Independente, designada pela Conferência Episcopal Portuguesa, que foi divulgado publicamente a 13 de fevereiro.

O organismo da Diocese de Coimbra dirige-se às “vítimas frágeis e indefesas presas nas consequências do ato que sobre elas foi cometido”, realçando a necessidade de uma resposta que, de forma transparente, “puna os responsáveis pela indignidade que sobre elas se abateu”.

Importa, ainda, refletir sobre as causas mais profundas de algo que a todos perturba e que coloca em causa toda uma relação de confiança que deve existir entre a Igreja e a comunidade em que se insere”.

A comissão aponta ao objetivo de “honrar e recuperar” a confiança, assumindo “todas as responsabilidades dos atos praticados, quer as mesmas derivem de um plano jurídico, quer tenham uma génese moral”.

O comunicado elenca como prioridades “a procura da verdade, o reconhecimento da culpa e o pedido de perdão constituirá um primeiro passo a que, necessariamente, se devem seguir outros e, necessariamente, a reparação dos danos causados”.

” A Comissão Diocesana Justiça e Paz quer fazer parte da construção, urgente e clara, das respostas e das ações concretas que o Papa nos propõe. Para tal se disponibiliza, confiante e segura na resposta da Diocese de Coimbra”, refere ainda a nota.

OC

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