Jornada Mundial da Juventude, encontro sobre abusos sexuais e Sínodo especial para a Amazónia marcam agenda
Lisboa, 03 jan 2018 (Ecclesia) – A agenda do Papa Francisco para 2019 inclui já quatro viagens internacionais, número que pode vir a superar o “recorde” de visitas no mesmo ano, que aconteceu em 2016, com seis deslocações.
Os destinos já confirmados são o Panamá (23-28 de janeiro), para a Jornada Mundial da Juventude; os Emirados Árabes Unidos (3-5 de fevereiro), para participar no encontro inter-religioso internacional sobre a ‘Fraternidade Humana’; Marrocos (30-31 de março), onde vai passar pelas cidades de Rabat e Casablanca; e a Bulgária e República da Macedónia (5-7 de maio), viagem que se encerra na cidade natal da santa Madre Teresa de Calcutá (1910-1997).
O próprio Papa anunciou no último dia 12 de setembro a sua intenção de visitar o Japão em 2019, falando aos membros de uma associação nipónica; a viagem ao Extremo Oriente poderia ser aproveitada para passagens históricas pela China e Coreia do Norte.
Uma segunda viagem a África, este ano, também está nos planos do Papa, tendo o presidente de Moçambique e cardeal D. Désiré Tsarahazana, de Madagáscar, anunciado que Francisco visitaria os seus países.
Roménia, França, Índia e Canadá são outros destinos possíveis em 2019, a convite das autoridades locais e dos responsáveis cristãos das várias nações.
A agenda papal inclui ainda o encontro sobre abusos sexuais, com presidentes das conferências episcopais de todo o mundo, de 21 a 24 de fevereiro; e o Sínodo especial para a Amazónia, que vai decorrer em outubro – mês missionário extraordinário convocado por Francisco -, no Vaticano.
No discurso à Cúria Romana, no último dia 21 de dezembro, o Papa foi particularmente duro em relação aos casos de abusos sexuais, pedindo aos culpados que se entreguem à “justiça humana” e se preparem para a “justiça divina”
“No próximo mês de fevereiro, a Igreja reiterará a sua firme vontade de prosseguir, com toda a sua força, pelo caminho da purificação. A Igreja, valendo-se também da ajuda dos peritos, questionar-se-á como proteger as crianças; como evitar tais calamidades, como tratar e reintegrar as vítimas; como reforçar a formação nos seminários. Procurar-se-á transformar os erros cometidos em oportunidades para erradicar este flagelo não só do corpo da Igreja, mas também do seio da sociedade”, adiantou.
Com 10 cardeais a completarem 80 anos em 2019 (idade que os impede de serem eleitores num eventual Conclave), o Papa deve ainda convocar um novo consistório para criar novos elementos do Colégio Cardinalício, atualmente com 124 eleitores.
Em quase seis anos de pontificado, o Papa fez 25 viagens e visitas internacionais, nas quais passou por 38 países: Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Peru, Suíça, Irlanda, Lituânia, Letónia e Estónia, bem como as cidades de Estrasburgo (França), para discursar no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa; Tirana (Albânia); Sarajevo (Bósnia-Herzegovina); e Lesbos (Grécia).
Francisco realizou ainda 22 viagens na Itália, incluindo a primeira visita do pontificado, a passagem pela ilha de Lampedusa.
OC