Hospitalizado Bispo brasileiro em greve de fome

D. Luiz Flávio Cappio, Bispo da Diocese brasileira de Barra, foi hospitalizado após 23 dias em greve de fome, contra o projecto de desvio do Rio São Francisco, o terceiro maior do país. A informação foi revelada em comunicado da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), no qual se refere ainda que D. Cappio e”stá semi-consciente e só depois de voltar à consciência comunicará se o jejum será suspenso”. À tarde, por volta das 16h00 (horário de Brasília), o Bispo teve um desmaio. Ao início da noite, o médico que o acompanha, frei Klaus Frankim determinou o seu internamento. D. Cappio está acompanhado pela sua família, revelou ainda a CNBB. O boletim médico indica que o estado geral de saúde do religioso está “comprometido” e que este deve continuar internado “para evitar possíveis danos permanentes”. Desde o início da greve de fome, este Bispo Franciscano já perdeu 8 quilos e começou a ter problemas renais. Ontem foi conhecida a decisão do Supremo Tribunal Federal, sobre o recomeço das obras, suspensas há uma semana numa decisão preliminar. Antes de desmaiar, Cappio expressou às pessoas que o acompanham no seu jejum na cidade de Sobradinho (estado da Baía) “a profunda tristeza” sentida com a decisão judicial. O projecto de transposição do governo federal prevê a construção de 720 quilómetros de canais que desviarão a água do São Francisco, o terceiro rio mais caudaloso do país para região semi-árida do Nordeste brasileiro, com frequentes secas. D. Cappio protesta contra o desvio, por considerar que essa decisão atenta contra o meio ambiente e vai beneficiar apenas os grandes proprietários e industriais de uma vasta região, onde vivem 12 milhões de pessoas e que inclui os Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Em 2005, o Bispo realizou uma primeira greve de fome de 11 dias, até Lula da Silva prometer levar o projecto a discussão pública. Ainda ontem, a CNBB comunicara que o Governo não aceitou a proposta de suspensão da obra de transposição do Rio São Francisco por dois meses, sugestão que tinha surgido na reunião ocorrida entre o secretário-geral do organismo episcopal, o chefe de gabinete da Presidência da República, o representante de D. Cappio e técnicos da Agência Nacional da Água e do Ministério da Integração Nacional.

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