Homilia do Bispo da Guarda no Dia Mundial do Doente

1. Reunimo-nos aqui para dar cumprimento ao convite do Santo Padre dirigido a todas as Igrejas Diocesanas para que se reúnam à volta do seu Bispo, em momento forte de oração, a fim de reflectir e decidir iniciativas de sensibilização acerca da realidade do sofrimento. 2. A Palavra de Deus, hoje proclamada em todas as assembleias eucarísticas, no dia também comemorativo das aparições de Nossa Senhora em Lurdes à Jovem Bernardete, sublinha em primeiro lugar, a grandeza da nossa condição humana. Somos criaturas de Deus, que nos arrancou ao pó da terra, insuflando-nos com o seu sopro de vida. Diz-nos também o Evangelho que reside no mais fundo do coração de cada ser humano a fonte única de tudo o que o constrói a ele e a quantos com ele constituem o tecido da Sociedade mas também daquilo que o pode destruir a si mesmo com repercussão nos seus semelhantes. É esta a nossa condição humana. Sujeitos de uma dignidade sem medida, mas também sujeitos a decisões que temos de tomar em cada momento que passa sempre com repercussão na rede social e comunitária. 3. Neste Dia Mundial do doente, o Papa Bento XVI convida-nos a todos nós enquanto cristãos e membros da Igreja a pensarmos formas inovadoras de exercermos a nossa responsabilidade comunitária para com os irmãos doentes. A nossa atenção deve centrar-se, por indicação do Santo Padre nas crianças e nas pessoas mais fracas e indefesas, principalmente nas crianças doentes e a sofrerem por qualquer motivo. Lembra as crianças feridas no corpo e na alma, que são vítimas de guerras e de conflitos; lembra os meninos da rua, sem família; lembra os mais pequeninos que morrem à fome, à sede ou com falta de cuidados de saúde. Perante estes e outros factos em que o sofrimento alastra pela vida das pessoas, o Papa pede às comunidades, paróquias e dioceses que levem a sério a consciência de serem “famílias de Deus”, portanto com a missão de acolherem, acompanharem e ajudarem a viver com esperança estas situações de sofrimento. Apela também a uma colaboração cada vez mais intensa e organizada entre os profissionais de saúde das instituições públicas e as comunidades cristãs sediadas no mesmo território. Por sua vez, continua a lembrar-nos o Santo Padre, as comunidades cristãs, através de grupos mandatados para esse efeito devem ajudar as famílias dos que sofrem, procurando criar um clima de serenidade e de esperança. Desta forma como cristãos e comunidades cristãs damos o melhor testemunho de amor à vida humana. Na parte final da mensagem que nos enviou com data de 2 de Fevereiro, o Santo Padre faz questão de se associar espiritualmente a quantos estão marcados pela doença e lembra o exemplo luminoso do Papa João Paulo II pela forma como aceitou o sofrimento na parte final da sua vida. Confessa uma confiança muito especial no apoio materno de Nossa Senhora para quantos passam por situações dolorosas de sofrimento. De facto , Santuários Marianos como o de Nossa Senhora de Fátima e Nª Srª de Lurdes, sempre foram lugares de acolhimento aos doentes e iluminação do sofrimento humano com a esperança cristã. Nesta celebração do Dia Mundial do doente na nossa Diocese também queremos pedir a Deus através da solicitude maternal de Maria Santíssima que nos ajude no conjunto das nossas Paróquias a organizar bem este serviço da comunidade em favor dos irmãos que estão doentes, segundo os critérios simples e claros que o Santo Padre nos aponta. +Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top