Homem contemporâneo quer um Evangelho claro

Porto acolhe Colóquio Europeu de Paróquias que reúne cerca de 200 participantes até ao próximo dia 12 de Julho Os cristãos têm que “aprender a contornar as curvas e levar as propostas do Evangelho a outras paragens” – afirmou à Agência ECCLESIA o Pe. José Manuel Pereira, Delegado Nacional dos Colóquios Europeus de Paróquias. A partir de dia 8 de Julho, na cidade do Porto, realiza-se mais uma edição do Colóquio Europeu de Paróquias. Este ano será subordinado ao tema «Habitar cristãmente o nosso tempo». “Isto não implica imposição, mas devemos propor caminhos novos” – realçou. Inscreveram-se cerca de 200 participantes. Destes, duas dezenas são portugueses e os restantes são do estrangeiro (17 países). “Temos um grupo significativo da Bélgica porque o próximo Colóquio Europeu de Paróquias será nesse país” – disse o nosso interlocutor. Esta iniciativa pretende ajudar os participantes a “darem um melhor testemunho cristão nas paróquias”. A questão da mobilidade humana nem sempre “nos agarra ao espaço geográfico onde habitamos”, mas existe uma referência que é a paróquia. Esta deverá ser “sempre missionária” e “deverá levar sempre o Evangelho”. Apesar do Evangelho ter como destino todos os homens, “existem entraves” no habitar cristãmente. A cultura actual “caracteriza-se pela forte mobilidade e é muito secularizada”. Neste contexto, “a opinião da Igreja é mais no meio de tantas outras” – lamentou o Pe. José Manuel. E acrescenta: “O homem de hoje não tem o ouvido muito propício para atender à Palavra de Deus”. A linguagem teológica, tal como as outras áreas científicas, tem uma “terminologia própria”. É fundamental traduzir este tipo de linguagem “em fórmulas mais simples para que o povo compreenda”. E avança: “O evangelho deverá ser claro para o homem contemporâneo”. O Delegado Nacional dos Colóquios Europeus de Paróquias reconhece que há falta de formação teológica no cristãos. “Deve-se aprofundar (mesmo a nível universitário) os conhecimentos teológicos” porque estudar Teologia “ajuda no diálogo com as culturas”. A vertente teórica deve estar associada à praxis. “Se tal não acontecer corremos o risco de sermos apenas retóricos” – declarou. Como a Europa corre o risco de deixar de ser um continente cristão, o Pe. José Manuel sublinha que esta é a razão “de reflectirmos sobre estas questões”. Os valores cristãos foram a matriz da Europa. “Ela levou-os a outros continentes”, mas “deixou-se secularizar”. Colóquio Europeu de Paróquias no Porto “Habitar cristãmente o nosso tempo” é o tema o Colóquio Europeu de Paróquias (CEP), que se realiza no Porto, de 8 a 12 de Julho. A iniciativa acolhe, na Casa Diocesana de Vilar, cerca de duzentos participantes de 18 países da Europa, incluindo alguns da Europa de Leste, e propõe-se reflectir sobre o compromisso exigido aos cristãos pela cultura actual. Para abordar a temática, o CEP conta com um painel de peritos que é constituído por Ignasi Mora i Terrats (padre catalão e professor na Faculdade de Teologia da Catalunha), Alphonse Borras (padre belga e vigário geral da diocese de Liège), Luca Bressan (padre e professor na Faculdade de Teologia de Milão, com tese de doutoramento sobre a paróquia) e Júlio Franclim do Couto e Pacheco (padre e pároco da diocese da Aveiro, professor de Sagrada Escritura no ISET de Coimbra). Na terça-feira, dia 10, uma mesa-redonda irá contar com a contribuição de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, e de Manuela Silva, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz. No dia seguinte há lugar para a “Festa das Nações”. As conclusões gerais são apresentadas na manhã de quinta-feira, encerrando os trabalhos. Durante estes dias, os participantes visitam algumas paróquias da Diocese, para contactar com a realidade local. Esta será a 24.ª edição do Colóquio Europeu de Paróquias (a primeira foi em 1961, em Lausanne, Suíça), actualmente um espaço de reflexão sobre as diversas problemáticas que cruzam a vida das Comunidades Paroquiais. Esta reflexão, realizada em comum por sacerdotes e leigos de diversos países europeus, permite confrontar as diversas faces dos problemas que se lhes colocam e as soluções propostas por cada um. Programa Segunda, 9 de Julho 13:00 – Almoço 15:00 – Grupos de trabalho 17:00 – Reunião: peritos e secretários dos grupos 18:00 – Visita às paróquias Terça, 10 de Julho 8:30 – Pequeno almoço 9:00 – Oração da manhã 9:30 – Introdução: Diário de bordo (peritos) 10:00 – Conferência por Joel Morlet 11:00 – Pausa (café) 11:30 – Grupos de trabalho 13:00 – Almoço 16:00 – Conferência por Franclim Pacheco 17:00 – Pausa (café) 17:15 – Grupos de Trabalho e CE 19:30 – Reunião: peritos e secretários de grupos 20:00 – Jantar 21:30 – Mesa redonda: D. Manuel Clemente e Prof.a Doutora Manuela Silva Quarta, 11 de Julho 8:30 – Pequeno Almoço 9:00 – Oração da manhã 9:30 – Introdução: Diário de bordo (peritos) 10:00 – Mesa redonda com os conferencistas 11:30 – Pausa (café) 12:00 – Grupos de trabalho 13:00 – Almoço 14:30 – Visita à cidade do Porto 19:00 – Missa em Cedofeita 20:00 – Jantar festivo 21:30 – Festa das Nações Quinta, 12 de Julho 8:30 – Pequeno almoço 9:00 – Oração da Manhã 9:30 – Intervenção dos jovens 10:15 – Questionário 10:30 – Pausa (café) 11:30 – Conclusões gerais 12:30 – Sessão de encerramento 13:00 – Almoço Opcional Quinta, 12de Julho 15:00 – Partida para Fátima Sexta, 13 de Julho 18:00 – Chegada prevista ao Porto

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