Grupo escondeu-se graças à ajuda de religiosas e do pároco de Santa Maria ai Monti, junto ao Coliseu
Cidade do Vaticano, 27 jan 2022 (Ecclesia) – O Vaticano associou-se hoje à celebração do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala anualmente a 27 de janeiro, evocando a história de 15 meninas salvas do regime nazi por uma paróquia romana.
As menores, judias, esconderam-se na igreja de Santa Maria ai Monti, a poucos passos do Coliseu, graças à ajuda de religiosas e do pároco, em 1943, fugindo às rondas dos invasores alemães, durante a II Guerra Mundial.
“Um longo período de terror que transformou Roma numa floresta, onde os predadores alemães arrancaram das suas casas vítimas inocentes”, relata o portal ‘Vatican News’.
O texto refere que as meninas ocupavam o tempo com desenhos, retratando os seus pais, brinquedos, registando nomes e símbolos religiosos judaicos.
“Aida Sermoneta. Moro na sombra destes arcos” é um dos registos destacados na reportagem.
A criança mais jovem do grupo tinha quatro anos de idade e todas as meninas estiveram escondias num espaço de seis metros de comprimento por dois metros de largura, no ponto mais alto desta igreja do século XVI, durante horas e mesmo dias seguidos.
Após escaparem da “morte certa” nos campos de concentração, foram confiadas à congregação das Filhas da Caridade, no então convento das neófitas, misturando-se com as estudantes e noviças.
“Ao primeiro sinal de perigo, eram levadas à paróquia por uma porta interna de comunicação”, acrescenta o ‘Vatican News’.
O padre Francesco Pesce, atual pároco de Santa Maria ai Mont, faz questão de recordar esta história às crianças da catequese.
“Esta porta é simbólica, é uma passagem do desespero para a esperança, do mal para o bem”, refere.
Após algum tempo, as meninas acolhidas pela paróquia tiveram de fugir para outros locais, mas “todas elas foram salvas”, tendo continuado a visitar a igreja, ao longo dos anos.
OC