D. Carlos Azevedo pede «gestos solidários» na celebração pelas vítimas. País foi abalado por novo sismo
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, assegurou esta Terça-feira que a Cáritas Portuguesa está a organizar uma “resposta eficaz e sólida” à tragédia gerada pelo sismo do passado dia 12, no Haiti, “ao recolher fundos para socorrer as maiores necessidades após esta primeira fase agitada por tamanha perturbação, vestida de exausto luto”.
Este responsável falava na homilia da celebração eucarística pelas vítimas do sismo, que decorreu na igreja de Santa Isabel, em Lisboa.
Falando numa “hora atribulada do povo do Haiti”, o Bispo auxiliar de Lisboa convidou os presentes “à liberdade da partilha, dos gestos solidários, à caridade na verdade”.
A Cáritas conta com mais de 135 mil Euros recolhidos na sua campanha de ajuda ao Haiti. Do Patriarcado de Lisboa chegaram 20 mil, a somar aos 25 mil já doados pelo Porto. A Diocese de Santarém, através da Cáritas, disponibilizou também 7500 Euros, e em Setúbal todos os ofertórios do próximo Domingo serão destinados também para ajudar as vítimas do terramoto.
D. Carlos Azevedo admitiu que “bastariam as notícias e as imagens do pobre Haiti para nos encher de silêncio, nos esvaziar de palavras, no chão de tanta dor, tanta destruição, tanta ausência”.
“Em cada hora da história Deus chama-nos a ser livres mensageiros e testemunhas activas do seu amor, particularmente em momentos que gritam por fraternidade”, alertou, a este respeito.
O prelado quis deixar claro que “o nosso Deus não é o que manda terramotos ou cheias para castigar os humanos”.
“À medida que cresce o conhecimento científico dos fenómenos naturais somos chamados a assumir atitudes coerentes e consequentes no urbanismo e nos critérios de desenvolvimento”, assinalou o Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social.
Um forte sismo de magnitude 6 na escala aberta de Richter abalou hoje Port-au-Prince cerca das 06h00 locais (11h00 em Lisboa), informou o instituto geológico dos EUA. O sismo fez tremer edifícios na capital haitiana e foi sentido no acampamento onde está instalada a equipa humanitária enviada por Portugal, onde as pessoas saíram das tendas.
A capital do Haiti foi devastada há uma semana por um sismo que, segundo número oficiais provisórios, fez 75 mil mortos, 250 mil feridos e deixou cerca de um milhão de pessoas desalojadas.