Habitação: Instituições católicas criam residências para potenciar a capacitação dos utentes (C/Video)

Uma forma de treinar “estes vulneráveis” da sociedade para a autonomia

Foto. Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 10 abr 2023 (Ecclesia) – A enfermeira Alda Ramos, da Casa de Saúde da Idanha, considera que as residências criadas por aquela instituição potenciam “um ambiente terapêutico” e privilegiam o “treino de autonomia e capacitação dos utentes”.

“Este trabalho começou a ser desenvolvido nos finais dos anos 80 e olhando para o que era feito noutros países e para as respostas que estavam a ser desenvolvidas, este tipo de respostas potencia um ambiente terapêutico, privilegia o treino de autonomia, capacitação dos utentes e a sua autoestima e também a dignidade enquanto pessoas”, referiu à Agência ECCLESIA esta enfermeira da instituição ligada às Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

A habitação é um lugar de construção de vida e de futuro e quando os doentes mentais são encaminhados para aquela instituição “é feita a avaliação da pessoa tendo em conta as suas necessidades e potencialidades”.

“Poderão ser logo integrados numa residência ou então numa unidade de internamento, onde vai ser feito um trabalho de estabilização dessa pessoa e criação de competências”, frisou Alda Ramos

Estas residências tentam “criar um clima familiar” e as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus foram “pioneiras” nesta forma de acompanhar os doentes.

Uma forma de lhes transmitir que “são úteis” e que “têm um papel” na sociedade.

A Cáritas Diocesana de Setúbal também está preocupada neste foco de transmitir dignidade às pessoas.

Esta instituição católica que, “há muito anos, dá apoio a pessoas sem-abrigo”, tem também uma experiência de “apartamentos partilhados” com estes vulneráveis da sociedade, disse Paulo Valente da Cruz, presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal.

No projeto dos “apartamentos partilhados, onde cada pessoa tem o seu quarto, eles têm possibilidade de inserção na sociedade”, referiu o presidente da instituição ao Programa ECCLESIA emitido esta segunda-feira na RTP2.

A coordenadora da área dos sem-abrigo daquela instituição católica da Diocese de Setúbal, Clara Vilhena, realça que é feito um “acompanhamento” e um “trabalho de autonomia com aqueles utentes”.

“Com vencimentos baixos, trabalhos precários e a especulação imobiliária”, os utentes dos apartamentos partilhados “dificilmente conseguem alugar uma casa”, lamenta Clara Vilhena.

Apesar destas contingências, a Cáritas de Setúbal tenta “reforçar a autoestima” dos utentes dos apartamentos partilhados.

“Alguns deles estão a frequentar cursos de formação que lhes permitem terem mais conhecimentos”, afirma a responsável daquela área.

HM/LFS

 

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