Há vida para além da Camorra

Bento XVI foi a Nápoles dar um estímulo importante à acção da Igreja Católica contra a influência da Mafia Bento XVI lançou ontem em Nápoles um apelo em favor da “luta contra todas as formas de violências”. O Papa também denunciou a actuação, na cidade italiana, da “Camorra”, como é conhecida a Mafia napolitana. Perante milhares de fiéis, sob chuva e forte vento, o Papa reconheceu que em Nápoles a vida é bastante difícil, em virtude “da pobreza, da falta de habitação, do desemprego e da falta de perspectivas para o futuro”. “Não se trata apenas do número lamentável de crimes da ‘Camorra’, mas também do facto de a violência tender se tornar-se uma mentalidade difusa, que se insinua na trama da sociedade… particularmente entre a juventude”, sublinhou na sua homilia. Bento XVI pediu mais esforços, voltados para a prevenção da violência, tanto na escola quanto no trabalho, e exortou as instituições a ajudarem os jovens, para que ocupem de modo sadio seu tempo livre. “É necessária uma intervenção que envolva todos na luta contra toda e qualquer forma de violência, partindo da formação das consciências e transformando as mentalidades, as atitudes e os comportamentos quotidianos”, disse. “A missão da Igreja – ressaltou o Papa – é nutrir sempre a fé e a esperança do povo cristão”. Nesse contexto, sublinhou que a semente da esperança existe em Nápoles e pode germinar, apesar dos problemas e dificuldades. “Peçamos ao Senhor que faça crescer na comunidade cristã napolitana, uma fé autêntica e uma esperança sólida, capazes de combater, eficazmente, o desânimo e a violência”, indicou. Embora reconhecendo que Nápoles necessita de uma séria intervenção política, para solucionar seus problemas, o Papa disse que a cidade precisa, porém, antes de tudo, de uma “profunda renovação espiritual”, de fiéis que confiem plenamente em Deus e que, com a sua ajuda, se empenhem em difundir na sociedade os valores do Evangelho. A intervenção de Bento XVI foi um importante estímulo para a acção desempenhada pelo Arcebispo Crescenzio Sepe, antigo membro da Cúria Romana que o Papa decidiu enviar para a Arquidiocese italiana, em 2006, num sinal de que a Igreja não desistiu de Nápoles. A viagem de 8 horas a esta cidade italiana contou com poucas intervenções públicas, nomeadamente a homilia, o Angelus e o encontro com líderes religiosos (ver notícia relacionada). (Com Rádio Vaticano) Notícias relacionadas • Religiões unidas pela paz

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