Guarda: Senhora da Teixeira é uma devoção «simples», que ajuda a «ver o sofrimento com esperança»

Celebração litúrgica acontece em sábado de Ramos 

Foto: padre António Martins

Guarda, 08 abr 2022 (Ecclesia) – O padre António Martins, pároco de Ramela, na Diocese da Guarda onde se evoca a Senhora da Teixeira, disse à Agência ECCLESIA que é uma celebração em sábado de ramos que ajuda a ver o sofrimento com esperança.

“A Senhora da Teixeira celebra-se em sábado de Ramos, o que pode parecer estranho, mas   surge numa ligação à Senhora das Dores, lembra as dores, a mãe que enfrenta a semana santa, mas o sofrimento aqui é visto como esperança”, refere.

A celebração tem um “segundo momento”, após a Vigília Pascal, “onde se vai cantar a alegria da Ressurreição”.

“Há um ajuntamento popular na noite de Sábado Santo, onde se manifesta a alegria, cantando as alvíssaras a Nossa Senhora, cânticos tradicionais, junto à capela”, indica o sacerdote.

Sendo uma “romaria simples” o padre António Martins destaca que “as pessoas são convictas de que não estão sozinhas” e, após dois anos de pandemia em que a festa foi limitada, o sacerdote sente “nova esperança”.

“Por um lado a dimensão das Senhora das Dores, evocação litúrgica e só dimensão religiosa neste sábado e depois a animação jubilosa de sábado para Domingo de Páscoa, depois da meia-noite, acontece o encontro popular, que se fazia ao som de bombos e até havia um baile em que as pessoas se animavam”, recorda.

A Capela da Senhora da Teixeira insere-se na paróquia da Ramela, no lugar da Aldeia Nova, em plena estrada municipal 548, num “vale onde há ainda agricultura tradicional” e a história da romaria perde-se no tempo.

Foto: padre António Martins

“A devoção é muito antiga em que se perde na história, sem certezas de quando começou porque este lugar foi paróquia até ao século XIX, e é atravessado pela ribeira da Teixeira mas, não sabemos se foi chamado primeiro a ribeira da Teixeira ou se já existia a devoção à Senhora da Teixeira e passou a ser o nome da ribeira”, esclarece.

Quando o padre António Martins chegou à paróquia e lhe falaram nesta festa ficou “impressionado” mas depois percebeu que na “celebração litúrgica fazia sentido associar o sofrimento do redentor a esta festa da Mãe”.

“Se Nossa Senhora é aquela que mais sofre também é a que mais se alegra, esta devoção prepara-nos para a certeza da Mãe que acompanha a dor mas que depois se reveste de branco para se alegrar, não conseguiríamos imaginar o quanto ela se terá alegrado quando o Filho venceu a morte”, aponta.

A celebração deste sábado inicia às 14h00 com Eucaristia, seguida de procissão em volta da capela e depois acontecerá “o tradicional lanche convívio”.

Esta evocação em sábado de Ramos integra o programa de rádio ECCLESIA do dia 9 de abril, pelas 06h00, na Antena 1 da rádio pública, ficando depois disponível online.

SN

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