Capelão da Associação Humanitária de Bombeiros da Guarda enaltece todos os que «dão o melhor de si, deixando trabalhos e famílias»
Guarda, 15 jul 2022 (ECCLESIA) – O padre Victor Paiva Ramos, capelão da Associação Humanitária de Bombeiros da Guarda, disse hoje à Agência ECCLESIA que começam os “incêndios a chegar, sente-se a maldade humana” que “está a destruir o mundo”.
“Quando vemos os incêndios a chegar, sente-se a maldade humana que está a destruir o mundo, que devemos cuidar, tratar e amar; entramos num cenário de destruição coletiva”, indica o sacerdote.
Olhando os incêndios que assolam o país, o padre Victor Paiva Ramos olha “com preocupação e algum desencanto”, uma vez que esta “tragédia” acontece todos os anos.
Todos os anos as tragédias se vão repetindo, marcam negativamente as vidas das nossas populações e têm repercussões ao nível de bem estar de cada um”.
O sacerdote, que também foi fazendo formação de bombeiro, enaltece todos os operacionais “que dão o melhor de si, deixando trabalhos e famílias”, para estarem ao serviço da sociedade.
Quando se sabe de “mão criminosa” nos incêndios florestais, o padre Victor Paiva Ramos chega a ter conversas com os bombeiros, onde a “revolta e o desencanto” se mostram.
“Como sacerdote temos de introduzir o fator justiça, os incêndios detêm duas fases, prevenção e repressão, e isso tem de ser olhada de forma mais intensa e cuidada, o que envolve crimes também envolve o plano moral e ético e não podemos descuidar a justiça, os que prevaricam devem ser severamente sancionados porque põem em risco vidas humanas”, aponta.
O capelão dos Bombeiros da Guarda explica que a “corporação tem acorrido a todas as ocorrências, mas todos os elementos são poucos”, além de considerar que aquela casa é uma “grande escola”.
“Esta corporação consegue ser um grande meio de envolvimento dos jovens e demonstram uma generosidade e capacidade de entrega enorme, há valores como a disciplina, o respeito, o saber estar e trabalhar em grupo, não só o fator de instrução mas ao nível de formação humana”, precisa.
Para o padre Victor Paiva Ramos, os bombeiros “não podem ser esquecidos o resto do ano” porque os “incêndios florestais são uma parte reduzida da atividade dos bombeiros” que todos os dias “prestam assistência ao nível da saúde, transporte de doentes e nos acidentes”.
O Governo decidiu prolongar até domingo a situação de contingência em Portugal Continental, devido às previsões meteorológicas, com temperaturas que podem ultrapassar os 45 graus nalgumas partes do país, e ao risco de incêndio.
Oito distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
SN