Guarda: Festa do Senhor Bom Jesus cria «mar de luz» em Famalicão da Serra

Presidente da Junta de Freguesia destaca contraste com as cinzas dos incêndios no último verão

Guarda, 28 set 2022 (Ecclesia) – O presidente da Junta de Freguesia de Famalicão da Serra (Guarda) disse à Agência ECCLESIA que a festa do Senhor Bom Jesus naquela localidade é uma forma das pessoas “regressarem às suas origens”.

“É uma festa com uma tradição grande porque as pessoas sentem um grande carinho pelo Senhor Bom Jesus e, normalmente, regressam às suas origens, mesmo aqueles que vivem fora de Portugal”, referiu António Fontes, também mordomo da festa do Senhor Bom Jesus.

A localidade da Diocese da Guarda celebrou, nos dias 24 e 25 de setembro, a festa do Senhor Bom Jesus e agradeceu, ao “protetor da terra”, numa procissão noturna entre o convento de São Francisco e a Igreja matriz de Famalicão.

“As pessoas agarram-se ao Senhor do Bom Jesus quando sentem aflições”, e no mês de agosto, com os incêndios na Serra da Estrela, isso foi “muito notório”, afirmou António Fontes.

Na noite de sábado, os peregrinos, com as suas velas, percorreram aquele trajeto num mar de luz orante.

“No mês anterior, com os incêndios, víamos um mar de chamas, era o inferno e só quem andou cá dentro é que pode dizer”, lamentou o presidente da junta.

Os incêndios consumiram “cerca de 90% de Famalicão da Serra” e o oásis “tornou-se um manto de cinzas”, reforçou, por sua vez, o padre Francisco Barbeira, pároco de Famalicão da Serra.

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

“A terra continua igual, mas a paisagem tornou-se diferente e mais escura”, no entanto os habitantes e filhos da terra voltaram “para agradecer” ao que foi “poupado pelas chamas”, disse o sacerdote.

Apesar da “catástrofe” e de “todo este cenário”, a aldeia de Famalicão foi preservada porque “ninguém ficou ferido” e o “Senhor Bom Jesus guardou o convento”, sublinhou.

Para o investigador e professor António Dias de Almeida, o Convento de São Francisco, onde está o Senhor do Bom Jesus, é um “local emblemático da localidade” e, apesar de ter sido construído no século XVI, “está muito presente nas memórias das pessoas”.

“A procissão das velas que vem buscar o Senhor Bom Jesus até à Igreja paroquial é o ponto alto desta festa” da zona beirã, completou.

LFS/OC

 

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Agência ECCLESIA

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