Guarda: «Este quadro de vida social não serve», diz D. Manuel Felício

Bispo diz ser necessário «repensar» uma cultura atual que além de não garantir sustentabilidade económica põe em causa a dignidade humana

Guarda, 11 abr 2011 (Ecclesia) – O bispo da Guarda defendeu este domingo que o  atual “quadro de vida social” não serve os interesses das pessoas, estando aqui em causa muito mais do que “condições materiais”.

“As boas relações interpessoais e sociais são ainda mais importantes, o mesmo se diga da cultura que permita à pessoa compreender a sua realidade e a do mundo, para tomar as decisões mais corretas e a abertura necessária aos valores espirituais”, sublinhou D. Manuel Felício, na sua homilia para o 5º domingo da Quaresma.

Na paróquia de Juncais, em Fornos de Algodres, o prelado criticou “uma cultura transformada em modelo de educação que insiste exclusivamente no individualismo” e que tem vindo a ameaçar a “gratuidade das relações” e o lugar de Deus no coração do Homem.

Uma cultura cujas fragilidades, no entender do bispo da Guarda, têm sido colocadas a nu pela crise atual que o nosso país atravessa, pela falência do sistema financeiro e, principalmente, pela ineficácia das leis que deveriam favorecer o desenvolvimento do ser humano.

“Não se compreende, por exemplo, que uma família com filhos seja prejudicada pelas leis fiscais em relação a outras situações que não são família e onde não há filhos” apontou Manuel Felício.

O bispo apelou ainda à coragem dos políticos, para que contribuam para “repensar” os modelos de organização da sociedade.

Desenvolver um sistema educativo adequado, criar politicas favoráveis à natalidade e elaborar projetos que permitam combater o abandono populacional, nas zonas mais periféricas do país, foram algumas das sugestões deixadas.

Quanto aos fiéis, há uma “escolha de fundo” a fazer: “Decidir e programar em função dos interesses imediatos” ou fazê-lo “com largueza de horizontes”.

JCP

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