Guarda: Diocese recorda «todas as vítimas inocentes» da guerra, ditaduras, violência e pandemia

D. Manuel Felício lembrou «povos inteiros destruídos ou deslocados» como no norte de Moçambique

Foto Diocese da Guarda

Guarda, 02 abr 2021 (Ecclesia) – O bispo da Guarda recordou hoje as “vítimas inocentes” da guerra, das ditaduras, da violência, que “entra no seio das famílias”, e por causa das leis injustas que atingem principalmente os mais frágeis.

“Só a luz do crucificado pode desfazer as trevas que envolvem o nosso mundo e não nos deixam ver as crianças que continuam a morrer de fome, outras que não podem ir à escola; os idosos abandonados”, disse D. Manuel Felício, na Sé.

Na homilia da Celebração da Paixão do Senhor, enviada à Agência ECCLESIA, o bispo da Guarda alertou também para os povos inteiros destruídos ou “compulsivamente deslocados pela guerra e pelo terror”, como acontece no norte de Moçambique e “tantos outros sofrimentos provocados pela maldade e pelos interesses”.

Desde 2017, a província de Cabo Delgado tem sido palco de conflitos armados que provocaram mais de 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes e estão na origem de uma crise humanitária que se está a gravar nas últimas semanas.

D. Manuel Felício explicou que a Cruz de Cristo “é o grande sinal de esperança” que não desilude e responde aos muitos sofrimentos que se vivem nestes tempos de pandemia.

“E entre os que mais sofrem, por causa da pandemia, estão pessoas, famílias e mesmo povos já há muito tempo provados pela pobreza, pelas calamidades ou pelos conflitos armados”, acrescentou.

Na celebração da adoração de cruz, o bispo da Guarda referiu que partilhavam os sofrimentos de Jesus, mas também dos “doentes, dos pobres, de todos os abandonados e desprezados deste mundo”.

“O sofrimento, e em particular o sofrimento dos inocentes, continua a ser um grande enigma, que não sabemos decifrar. Mas diante da Paixão de Cristo, começamos a encontrar caminhos para integrar o sofrimento e também a morte, assim como as nossas muitas limitações, no sentido positivo da vida”, desenvolveu.

A Igreja Católica evoca em Sexta-feira Santa a morte de Jesus, num dia de jejum para os fiéis, que não celebram a Missa, mas uma cerimónia com a apresentação e adoração da cruz.

CB

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