D. Manuel Felício apresentou mensagem de Natal
Guarda, 13 dez 2017 (Ecclesia) – O bispo da Guarda lamentou hoje, na apresentação da sua mensagem de Natal, a falta da resposta às vítimas dos incêndios de outubro, que provocaram várias mortes e elevados danos materiais na região.
“Compreendemos, é certo, que se dê atenção prioritária às empresas afetadas pelos incêndios, das quais depende o emprego de muita gente. Mas, em contrapartida, custa-nos a compreender que serviços estatais como os que operam na agropecuária e na floresta, continuem quase indiferentes aos dramas de muitas famílias que perderam tudo”, denunciou D. Manuel Felício, em conferência de imprensa.
O prelado questionou ainda o centralismo e o distanciamento das instâncias decisoras.
“Vimos algum distanciamento dos poderes instituídos, tentando responder com medidas gerais a situações muito díspares, que por isso precisavam de respostas diferentes”, lamenta, no texto enviado à Agência ECCLESIA.
D. Manuel Felício visitou as populações imediatamente a seguir à tragédia dos fogos florestais e manifestou incómodo com situações que se verificam neste momento.
“Tratar por igual uma pessoa que vivia sozinha em sua casa, bem relacionada com os vizinhos, cujos filhos estão emigrados no estrangeiro e o casal que também vítima deixou dois filhos menores, dando-lhes a mesma importância em dinheiro, sejam 70 ou seja 70 vezes 7, como se a vida alguma vez pudesse ser transacionável por valores materiais, é no mínimo um contrassenso”, considerou.
O bispo da Guarda diz que é necessário questionar quem está mais habilitado para fazer a avaliação destas situações e avaliar como podem ser “devidamente resolvidas”.
“A resposta só pode ser uma: pessoas e instituições que estão próximas e não o centralismo da administração pública, como aconteceu e está acontecer”, sustenta.
OC