D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social pede um grupo em cada comunidade cristã “que dinamize a dimensão social”. O problema não é só do governo e do mercado, mas também da sociedade civil. “As pessoas devem pensar nos interesses nacionais e é altura do amor à pátria se concretizar em opções de coesão social” – afirmou, falando aos jornalistas à margem do simpósio «Reinventar a solidariedade (em tempos de crise)». A decorrer em Lisboa, durante o dia de hoje (15 de Maio), esta iniciativa é organizada pela Comissão Episcopal da Pastoral Social e pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, organismos da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). O presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, salienta que “não queremos fugir às nossas responsabilidades, mas nem todos os cristãos vivem de harmonia com a doutrina que professam”. Com as eleições à porta, D. Carlos Azevedo pede: “estamos na hora de reabilitar a política e a actividade empresarial”. A confiança nos políticos deverá acontecer o quanto antes. “Se for uma mera cosmética ou ilusionismo eleitoral, eles (políticos) estão a dar mais uma machadada para cavarem o fosso entre os cidadãos e os que nos governam”. E finaliza: “É preciso romper um pouco a passividade do povo português”. No mundo global são os serviços de proximidade “que ajudam na construção da cidadania” – avançou, por sua vez, Maria do Rosário Carneiro. Na análise à situação do país, a oradora realça que os índices de abstenção “são a prova da falta de confiança” existente no nosso país e lamentou que se tenha perdido “a noção do suficiente”. Não há modelos do passado que “nos possam servir agora” – disse João Ferreira do Amaral. E acrescenta: “Nas últimas duas décadas, não tivemos nenhum projecto nacional” Centrados em nós próprios, “a baixa de natalidade é um sintoma da falta de confiança” – frisou Rosário Carneiro.