Crise só se supera com «grandes mudanças institucionais»

Alfredo Bruto da Costa, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), defendeu hoje em Lisboa que o mundo precisa de novos actores para superar a crise que se faz sentir, em particular junto dos mais de 800 milhões de pobres. Intervindo no Simpósio “Reinventar a Solidariedade”, promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa, este responsável disse que são necessárias “grandes mudanças institucionais”, que não acontecem em virtude de pequenos projectos ou de alterações individuais. “A urgência desta situação (pobreza que atinge mais de 800 milhões de pobres, ndr) não se compadece da multiplicação de pequenos projectos, são precisas grandes mudanças ao nível das instituições, nacionais e mundiais”, atirou. Bruto da Costa sublinhou, neste contexto, que “todos os que estão ao leme das instituições são os mesmos que estavam antes da crise” e manifestou dúvidas sobre alguma mudança após a crise. “Os interesses e as convicções continuam a ser os mesmos”, apontou. O presidente da CNJP quis ainda salientar que a Igreja Católica tem um grande “potencial de mobilizar e provocar grandes movimentos colectivos”. João Meneses, comissário do Simpósio admitiu a necessidade de medidas globais, em face da dimensão da crise, mas quis destacar a importância de acções locais, “de baixo para cima”, comprometendo a sociedade civil. Neste contexto, deu como exemplo de iniciativa local com impacto global o site www.kiva.org, através do qual qualquer pessoa pode emprestar desde 25 dólares, fomentando projectos de microcrédito junto de populações mais desfavorecidas.

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