Grupos de entreajuda na procura de emprego

«Ajudar e ser ajudado é a equação central», explica o presidente do Instituto Padre António Vieira, promotor do projeto com a Cáritas Portuguesa

Lisboa, 02 mai 2012 (Ecclesia) – Uma parceria entre o Instituto Padre António Vieira (IPAV) e a Cáritas Portuguesa vai permitir combater o desemprego em Portugal, através da criação de grupos de entreajuda social para a procura de oportunidades de trabalho.

Em texto publicado no dossier desta semana do Semanário Agência ECCLESIA, Rui Marques, presidente do IPAV, organismo ligado à Companhia de Jesus, sublinha que a implementação destes núcleos solidários, um pouco por todo o país, favorecerá também o “combate ao isolamento e ao risco de depressão” entre as pessoas que ficaram “sem lugar no mercado”.

“Uma das dimensões mais descuradas na problemática do desemprego é a sua dimensão psicológica”, aponta aquele responsável, baseando-se nos estudos da Organização Mundial de Saúde que mostram “uma correlação arrepiante” entre o aumento da taxa de desemprego e o número de suicídios.

Segundo os últimos dados avançados pelo Eurostat – gabinete de estatística da União Europeia, a taxa de desemprego em Portugal ronda hoje os 15,3 por cento e atinge por igual medida homens e mulheres, sobretudo jovens a partir dos 25 anos.

A partir da criação dos GEPE – Grupos de Entreajuda na Procura de Emprego – e dos GIAS – Grupos de InterAjuda Social, da Cáritas, a sociedade ganha um “modelo simples, barato e facilmente disseminável por todo o território”, realça Rui Marques.

Cada núcleo, constituído por cerca de “8 a 12 pessoas”, irá contar com a ajuda de “dois animadores voluntários”.

As reuniões, semanais ou quinzenais, vão possibilitar aos participantes a “partilha do trabalho de pesquisa de oportunidades de trabalho e a autoformação em competências relevantes para a empregabilidade”, adianta o presidente do IPAV.

Para aquele responsável, as vantagens para os membros de cada grupo serão “óbvias”, já que estar num GEPE significa “multiplicar por dez” as “redes de contactos” de cada pessoa.

“Ao partilhar contactos, informações, pistas de oportunidades, num registo solidário os membros de cada GEPE estão a construir soluções para si e para os outros”, salienta.

Por outro lado, “a noção de que se é útil e valioso, de que se pode ajudar quem está na mesma situação de desemprego, pode ser profundamente mobilizadora”.

“Ajudar e ser ajudado é a equação central. Também para quem está em dificuldades, ser solidário na tempestade é parte da solução”, conclui Rui Marques.

O projeto está em “acelerado alargamento”, um pouco “por todo o país”, por exemplo nas regiões de Lisboa e do Porto, com o apoio de instituições anfitriãs como a Junta de Freguesia de Campolide, a Fundação S. João de Deus, o Centro de Reflexão e Encontro Universitário Inácio de Loiola e as Escolas do Torno e do Prado.

JCP 

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