Grécia: Igreja Ortodoxa denuncia aumento da pobreza no país

Arcebispo de Atenas diz que a situação se está a tornar insuportável

Lisboa, 07 fev 2012 (Ecclesia) – O arcebispo ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia, Jerónimo, enviou uma carta ao primeiro-ministro do país, denunciando as dimensões “impressionantes” atingidas pela pobreza e o desemprego.

“Homens honrados perdem o trabalho de um momento para o outro e também a sua casa. O fenómeno dos sem-abrigo e dos pobres está a assumir dimensões impressionantes. Os desempregados aumentam aos milhares todos os dias”, refere a missiva, endereçada a Lucas Papademos.

O Governo da Grécia está a negociar um acordo com a ‘troika’, formada pelo Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional, para poder receber a próxima tranche do resgate de 1110 mil milhões de euros obtido em abril de 2010.

O líder da Igreja Ortodoxa grega, a mais importante no país, fala em “contínuos cortes dos salários” e “novos impostos que se estão a tornar insuportáveis”, levando várias pessoas ao suicídio.

“A paciência sem precedentes dos gregos está a esgotar-se, o medo pode causar raiva e o perigo de uma revolta social não pode ser ignorado, nem por quem manda nem por aqueles que aplicam as normas”, alerta a carta, divulgada pela Rádio Vaticano.

O documento critica “compromissos que não resolvem o problema, mas que atrasam só e de maneira provisória a morte anunciada” da economia e lamenta as ameaças sobre a “soberania nacional” da Grécia, pedindo que se coloque “um ponto final nesta tragédia”.

As negociações finais entre o primeiro-ministro grego e os partidos políticos para a aprovação de um segundo plano de resgate coincidem hoje com uma greve geral, em protesto contra as novas medidas de austeridade.

Lusa/OC

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Agência ECCLESIA

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