Sobrelotação dos campos, devido à morosidade dos processos de recolocação das pessoas, é um dos principais desafios
Cidade do Vaticano, 08 mai 2019 (Ecclesia) – O esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski, está esta quarta-feira na ilha grega de Lesbos para levar a “solicitude e a proximidade” do Papa Francisco aos migrantes e refugiados que ali estão a ser acolhidos.
De acordo com o portal Vatican News, a iniciativa tem como mote “reabrir o coração à esperança” e pretende renovar a mensagem que o Papa argentino deixou àquelas pessoas e famílias mais carenciadas, em 2016, quando visitou Lesbos: “Vocês não estão sozinhos”.
O representante da Santa Sé, D. Konrad Krajewski segue para a ilha grega acompanhado pelo presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), D. Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo.
Esta deslocação à Ilha de Lesbos, por parte dos representantes do Vaticano e da COMECE, é também uma forma de levar aos migrantes e refugiados “a solidariedade de toda a Igreja do Velho Continente”.
A visita conta com a organização da Comunidade de Santo Egídio e da Seção de Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), e vai prolongar-se até à próxima sexta-feira, dia 10 de maio.
O programa da viagem prevê visitas aos campos de refugiados de Lesbos, com destaque para o maior ponto de acolhimento, o campo de Moria, e a centros de identificação e registo de migrantes.
Atualmente a sobrelotação dos campos, devido à morosidade dos processos de recolocação das pessoas, é um dos principais desafios – o campo de Moria conta atualmente com cerca de cinco mil refugiados e migrantes, número que representa o dobro da sua capacidade de acolhimento.
A comitiva liderada pelo esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski, e pelo presidente da COMECE, D. Jean-Claude Hollerich, vai ter ainda ocasião para se inteirar da realidade local da Ilha de Lesbos e contactar com as associações empenhadas no apoio e na assistência aos migrantes e refugiados na região.
Em abril de 2016, quando visitou Lesbos, o Papa Francisco classificou a crise de refugiados e migrantes como “a maior catástrofe humanitária depois da Segunda Guerra Mundial” e alertou para a necessidade de mais medidas que facilitem a rápida recolocação destas pessoas.
JCP