Graal: 50 anos em Portugal

Encontro Internacional comemorativo decorre em Fátima até ao próximo Domingo, em busca de uma ética para os novos problemas do mundo actual O Graal é um movimento internacional de mulheres motivadas pela procura espiritual e empenhadas na transformação do mundo numa comunidade global de justiça e paz, conforme o sentido simbólico da lenda que deu origem ao nome do movimento. Fundado na Holanda em 1921 por um grupo de estudantes cristãs que acreditaram ser necessário tornar visível e operacional a intervenção das mulheres na sociedade, o Graal espalhou-se pelos cinco continentes e cresceu em diversidade e em experiência multicultural. Nos dezoito países onde o Graal está enraizado, as mulheres do Graal procuram construir uma cultura do cuidado, respondendo aos sinais e urgências de cada época, na luta pela igualdade para as mulheres, contra a pobreza e pela sustentabilidade do planeta. O Graal internacional tem estatuto consultivo na ONU e está representado na UNICEF. O movimento do Graal chegou a Portugal em 1957. Constituiu-se como Associação de Carácter Social e Cultural em 1977, reconhecida como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública em 1985. Intervenção Nos 50 anos de experiência, dinamização e organização de iniciativas, o Graal em Portugal tem procurado proporcionar à sociedade portuguesa, e em particular às mulheres, contextos que promovam a sua capacidade de intervenção e o sentido de responsabilidade, incentivando a influência nas políticas e nos poderes instituídos. Entre 1957 e 1973 promoveu, entre outros, um projecto de desenvolvimento comunitário em Portalegre, acções de alfabetização segundo o método de Paulo Freire em várias zonas do País e o Projecto de Sociologia Participada na zona de Coimbra. Realizou campos de férias e campos de trabalho para jovens com forte dimensão educativa. Desenvolveu actividades culturais e criou contextos para a reflexão sobre a situação social e política tendo em vista proporcionar condições de formação contínua para jovens e adultos, em particular no Centro de Arte e Cultura, em Coimbra, de 1963 a 1969. Outros Centros do Graal, em Lisboa, Golegã, Praia Grande, Portalegre e Porto utilizaram e continuam a utilizar modelos semelhantes. De 1974 a 1985 actuou na conscientização de mulheres a partir do estudo do “orçamento tempo” das mulheres, e da imagem das mulheres nos meios de comunicação social. Realizou cursos residenciais de formação de animadoras infantis e de animadoras locais e iniciativas de formação de mulheres do meio rural. Desde 1986 até ao momento, respondendo ao desafio da construção europeia, desenvolveu projectos no quadro de diferentes programas europeus, nomeadamente: “Jovens e a Europa” (IEFP, 86/87), “Jovens e Auto-Emprego” (FSE, 87/88), formação de jovens para a criação de auto-emprego e promoção da capacidade de iniciativa; “Turismo é Cultura”, formação de jovens guias turísticos (PETRA, 89/91); “Rede Mulheres Anos 2000”, rede de mulheres formadoras (IEFP, 91/93); “Interacção de Mulheres Formadoras” (NOW, 92/94); “Mulheres e Tomada de Decisão” (DG-V, 93/94); “Para uma Sociedade Activa” (DG-V, 96/98). Novos projectos Nos últimos anos destacam-se, pela sua dimensão e projecção exterior, um conjunto de projectos: Banco de Tempo (desde 2001); Centro de Formação e Consultoria em Conciliação Trabalho/Família (2004/05); Conciliar Tempos de Vida (2005/06); Gerar Alternativas (2005/06); Formar para a Igualdade (2006/2007); Mulheres em Acção (desde 2002); Para Uma Sociedade Activa (1998/2000); Programas Culturais Terraço (desde 1982); Rede de Acção e Aprendizagem Comunitária sobre Género (2005/2007); Rede Lien (1982/2004); Sociedade Interactiva (2001/2006); Trabalho e Família – Responsabilidade Total (2001); Vivências de Mulheres Migrantes (2005/2006); Vamos Utopiar (2004/2007); Vivências de Mulheres Migrantes (2004/2006). Actualmente, o Plano de Intervenção procura responder aos desafios que resultam de uma sociedade em processo de globalização em que tendem a ser acentuadas as diferenças sociais e propõe o reforço da intervenção no sentido de proporcionar à sociedade portuguesa, e em particular às mulheres, contextos que promovam a sua capacidade de intervenção e o sentido de responsabilidade, incentivando a influência nas políticas e nos poderes instituídos. A fechar um ano assim, queremos reunir e partilhar a memória em festa com todas as pessoas que, ao longo de cinco décadas, foram passando pelo Graal e, por caminhos diversos, mantêm viva a sua inspiração original. Para esse Encontro convidámos mulheres ligadas ao Graal de vários lugares do mundo para connosco virem partilhar ideias e propostas à volta de 7 questões que nos empenham: − Que raízes e que espírito nos moveram no passado e nos movem hoje? − Como identificar hoje os grandes desafios do mundo? − Será possível proteger a Terra duma catástrofe ecológica? − Que acessos trilhar para uma vida de qualidade para todos? − Terão as mulheres um gesto diferente ou a igualdade é o alvo? − Poder-se-á passar do medo da diferença cultural ao louvor da alteridade? − A partir de que lugares há que esboçar uma ética para os novos problemas? O Encontro, aberto a todas as pessoas que nele queiram participar, terá lugar em Fátima (Seminário dos Missionários da Consolata), nos dias 24, 25 e 26 de Outubro. Graal

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