Gerar empregos através do microcrédito

“O que se pretende resolver é a situação das pessoas que estão, normalmente, numa situação de grande precariedade” – disse à Agência ECCLESIA Manuel Brandão Alves, Presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito. Quando está a decorrer, em Braga, de 9 a 12 de Março, a Semana Social 2006 subordinada ao tema “Uma sociedade criadora de emprego”, Manuel Brandão Alves realça que o objectivo é que “pessoas saltem duma lógica de dependência para uma lógica de autonomia”. Ao recorrerem ao microcrédito podem criar o seu próprio emprego através da “operacionalização de uma ideia que pode dar suporte a um negócio de sucesso”. Com seis anos de vida, já “atribuímos cerca de 520 créditos para colocar em prática uma boa ideia” – disse à Agência ECCLESIA o Presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito. O Microcrédito “está na moda” por isso “é um estímulo para nós”. E realça: “mas é um caminho exigente”. Em França existem “cerca de 25 mil créditos por ano” e no resto do mundo “mais de 25 milhões de pessoas estão envolvidas em operações de microcrédito”. Em Portugal, a taxa de sucesso cifra-se nos 80%. “Nós estamos satisfeitos com o trabalho realizado” e “com a evolução verificada no ano de 2005 mas “não quer dizer que não ambicionamos fazer muito mais” – confidenciou. E avança: “a ideia que 20% da população portuguesa está ou pode estar no limiar da pobreza preocupa-nos muito”. No ano anterior celebrou-se o Ano Internacional do Microcrédito, como forma de responder ao apelo lançado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, “tomámos a decisão de constituir uma plataforma para a celebração do (AIM) em Portugal, dotado de um secretariado permanente, aberto a todos os cidadãos e cidadãs, instituições e organizações que a ela queiram vir a aderir e disponível para articular a sua acção com as iniciativas que o Governo português venha a tomar no âmbito das celebrações oficiais do AIM” – uma declaração aprovada na conferência da Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), realizada nos dias 5 e 6 de Novembro, em Lisboa. Manuel Brandão Alves apurou que em relação a esta celebração “a nossa capacidade de intervenção foi ser capaz de transformar muitas apetências das pessoas – 153 iniciativas – em negócios efectivos”. E avançou: “com satisfação nossa verificamos que as iniciativas crescem e evoluem positivamente com uma relativa rapidez”. Para além disso – admitiu – “nota-se que a administração pública tem vindo a dar um lugar de destaque e privilégio ao microcrédito como instrumento de combate à exclusão social”. Uma forma de apagar a imagem que os portugueses têm de olhar para “os pobrezinhos que continuarão a ser pobrezinhos”. Para começar é necessário ter “uma boa ideia”, vontade de sair da situação de “marginalidade social” e fazer “coisas por sua própria conta”. Manuel Brandão Alves refere que estas pessoas necessitam de alguém que “as ajude a atravessar a rua”. No fundo é esta a função da Associação Nacional de Direito ao Crédito. O Microcrédito “não é um subsídio é um contrato” que permite ao contraente criar um “pequeno negócio”. Programa de amanhã e Domingo da Semana Social 11 Março 09.30 – III Sessão: “O papel das PMEs e das demais empresas” Moderador: Víctor Martins Oradores: Daniel Bessa; Luís Braga da Cruz; Luís Valente de Oliveira 12.00 – Intervalo para almoço 14.00 – IV Sessão: “Iniciativas da sociedade civil e dos movimentos da Igreja” Moderador: António Barbosa de Melo Testemunhos: Rogério Roque Amaro; Eugénio da Fonseca; António Vaz Pinto 17.00 – Intervalo 17.30 – V Sessão: “A formação do homem, sujeito e destinatário do desenvolvimento” Moderador: Manuel Braga da Cruz Oradores: Eduardo Marçal Grilo; Roberto Carneiro; Joaquim Azevedo 20.00 – Encerramento 12.Março 09.30 – “A questão social na perspectiva da Doutrina Social da Igreja” Moderador: António Guterres Orador: Cardeal Renato Martino 10.30 – Sessão de encerramento 11.30 – Eucaristia na Sé Catedral de Braga: Cardeal Renato Martino

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