G20 ajuda países pobres

O G20 decidiu em Londres injectar cinco biliões de dólares (3,7 biliões de euros) na economia mundial até ao final de 2010, anunciou o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Os líderes das economias mais poderosas do mundo comprometeram-se a respeitar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e a implementar uma série de medidas em favor dos países mais pobres, rejeitando medidas proteccionistas e combatendo os paraísos fiscais. Brown começou por afirmar aos jornalistas que este era o dia em que “o mundo se juntou para lutar contra a recessão global” e falou mesmo numa “nova era global”. Os membros dos 19 países mais industrializados do mundo e da UE destinaram recursos para a “protecção social” nos países mais pobres, incluindo investimentos na segurança alimentar, a longo prazo. “Recursos adicionais, a partir da venda acertada de ouro do FMI”, serão usados para ajudar os países pobres ao longo dos próximos 2/3 anos. O comunicado final da cimeira, lido por Gordon Brown, refere também o acordo dos líderes mundiais sobre a publicação de uma lista negra de paraísos fiscais não cooperantes com regras de partilha de informação financeira. Outra medida refere-se à criação de “novas regras” para os salários e prémios remuneratórios dos quadros superiores do sector financeiro. Brown defendeu que é necessário “recuperar a confiança no sistema financeiro como um todo” e destacou o facto de o “ouro do mundo estar a ser usado para ajudar os pobres do mundo”. Em cima da mesa estiveram também as preocupações com as alterações climáticas, falando-se em diminuição das emissões para a atmosfera e da criação de “empregos verdes”. Para Gordon Brown, o consenso obtido é essencial para “impedir que uma crise destas se repita”. Bento XVI enviara uma mensagem ao primeiro-ministro britânico, antes da cimeira, defendendo a necessidade de “coordenar os esforços entre governos e organizações internacionais para sair da crise global, sem recorrer a nacionalismos ou proteccionismos”. O Papa falou em especial de África, que acaba de visitar, como o continente que mais sofre os efeitos da crise. A mensagem denuncia a realidade da pobreza extrema e da marginalização, lamentando que no Grupo dos 20 a África subsaariana seja representada por apenas um país (África do Sul) e algumas organizações regionais. A crise, referia, “foi gerada pela falta de ética, por um défice de ética nas estruturas económicas. A crise mostra que a ética não é alheia à economia e que esta não pode funcionar se não incluir a sua componente ética”. D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, pedia na Quarta-feira aos líderes do G20 que dessem ao mundo um sinal de esperança concreta: “É muito importante que os líderes mundiais, concretamente dos países mais desenvolvidos dêem a todos nós um sinal de que a esperança é concreta. Isso é inadiável”.

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