Fundamentalistas islâmicos ameaçam paquistanesa acusada de blasfémia

Asia Bibi, a cristã condenada à morte no Paquistão por um tribunal local, sob acusação de blasfémia contra o Islão, deve ser ilibada das acusações, mas está sob ameaça de fundamentalistas muçulmanos.

O ministro paquistanês para as minorias, Shahbaz Bhatti, considerou Asia Bibi “inocente” e vai apresentar o seu relatório sobre o caso ao presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari.

O porta-voz da presidência declarou à agência AsiaNews que examinará o pedido de clemência feito pela família.

Entretanto, vários grupos ameaçaram manifestações de protesto em todo o país se Zardari anular a condenação à morte.

A agência de notícias do Kuwait, Kuna, e a organização “Christian Concern International” noticiaram que Asia Bibi foi libertada e levada para um local secreto por razões de segurança. O arcebispo de Lahore, D. Lawrence John Saldanha, contactado pela Rádio Vaticano, desmentiu essa notícia.

A libertação não significa, contudo, o fim da ameaça contra a vida da cristã, de 45 anos.

“Os líderes islâmicos radicais dirão que um culpado de blasfémia foi libertado e vão querer fazer justiça sozinhos. Qualquer um poderá matá-la, para defender o nome do Profeta, obtendo assim a promessa do paraíso”, indica à agência Fides, do Vaticano, Tahira Abdullah, um muçulmana e activista dos direitos humanos.

Religiosos islâmicos emitiram uma declaração conjunta que adverte o presidente Ali Zardari sobre a concessão de perdão, por pressões externas, a “uma mulher culpada de blasfémia”.

Esta decisão, advertem os líderes radicais, “vai ter consequências imprevisíveis”, anunciando protestos e reacções públicas em todo o país.

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