José Manuel Rodrigues, presidente do Parlamento, diz que «Fratelli Tutti» é «um soco contra os cidadãos que se alheiam» da realidade e das pessoas
Funchal, 29 out 2020 (Ecclesia) – O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira afirmou esta quarta-feira que a encíclica ‘Fratelli Tutti’, do Papa Francisco, é uma “leitura obrigatória” para todos os líderes políticos e empresários.
“Esta Encíclica deveria ser de leitura obrigatória por todos os homens e, em particular, pelos responsáveis e líderes políticos, governamentais, empresariais, líderes de opinião, e por quem tem poder de decisão em todas as instâncias das nossas sociedades”, referiu José Manuel Rodrigues, no debate realizado no salão nobre do Parlamento Regional, no Funchal.
O diálogo sobre o documento do Papa Francisco, que aborda a fraternidade e a amizade social, contou com vários líderes partidários – Brício Araújo (PSD), Paulo Cafôfo (PS), Rui Barreto (CDS-PP), Élvio Sousa (JPP) e Edgar Silva (PCP) – e o vigário-geral da Diocese do Funchal, cónego José Fiel de Sousa.
“Devo dizer que quando acabei de ler “Fratelli Tutti” a sensação foi a de ter levado um soco no estômago e a de ter ganho um peso na consciência. Um soco contra a altivez, a sobranceria, a superioridade, a arrogância que algumas vezes dominam os decisores da nossa vida coletiva”, sublinhou José Manuel Rodrigues, no debate moderado pelo padre José Luis Rodrigues.
A encíclica, disse o responsável político, é também “um soco contra os cidadãos que se alheiam da família, dos amigos, dos conhecidos, dos vizinhos, dos colegas de trabalho, dos outros cidadãos com quem se cruzam com indiferença nos caminhos da vida”.
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira destacou que a publicação da encíclica ‘Fratelli Tutti’, a 4 de outubro, apanhou as pessoas no meio de “uma pandemia sem fim à vista que obscurece a clarividência e a luz de qualquer responsável político”.
Brício Araújo (PSD) realçou que atualmente se “vive a distorção da fraternidade” e a globalização “tornou-mos próximos mas não vizinhos”.
O Papa Francisco é o “único líder de referência” da atualidade e que a mensagem da encíclica é “tão abrangente” que aproxima os que se afastaram da Igreja, sublinhou por sua vez Paulo Cafôfo (PS), citado pela edição online do ‘Diário de Notícias’ do Funchal.
Para o líder regional do CDS-PP, Rui Barreto, a o Papa argentino é “um inconformista” que “incentiva constantemente ao diálogo” porque “nenhum homem é uma ilha”.
Já Edgar Silva (PCP), destacou o papel que os movimentos sociais podem ter na “intervenção social política”, a que o Papa Francisco tem dado importância.
A encíclica ‘Fratelli Tutti’, segundo Élvio Sousa (JPP), é uma mensagem para o mundo global e “uma radiografia do mundo”.
LFS/OC