Bispo diocesano destacou «novo modo de existir, de viver»
Funchal, Madeira, 09 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo do Funchal disse que a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora é a celebração de “um momento essencial no desenrolar desse plano salvador que Deus tem para a humanidade pecadora”.
“Para derrubar o muro de inimizade; para poder partilhar de modo salvífico a vida de cada um de nós, Deus quis fazer-se homem, assumindo em tudo a nossa natureza. Mas para nos salvar, para nos comunicar a vida divina, não Lhe era suficiente ser homem como nós: Ele devia permanecer Deus — santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores”, explicou D. Nuno Brás, na Eucaristia a que presidiu na catedral madeirense.
O responsável católico afirmou que a Imaculada Conceição da Virgem Maria é “um enorme ato de amor que o Pai tem para com cada um” e com toda a humanidade “a necessitar de redenção”.
“Não poderíamos ser redimidos se Ele não assumisse a nossa natureza humana e se, ao mesmo tempo, não permanecesse verdadeiro Deus — santo, inocente, imaculado, sem qualquer contágio do pecado”, acrescentou.
Segundo D. Nuno Brás, na Imaculada Conceição contempla-se “o início de uma nova humanidade, a humanidade salva, redimida, o início de um novo modo de existir, de viver” que é daqueles que “são por Cristo, com Cristo e em Cristo”.
“Que os não batizados se escondam de Deus, é compreensível. Mas que nós, cristãos, nos escondamos dele, não o conseguimos entender! Que os pagãos vivam como pagãos, é compreensível. Mas que nós, cristãos, vivamos como pagãos, ignorando a nossa condição de batizados; que nós cristãos nos recusemos a participar da mesa do Cordeiro que é a Eucaristia; que nós cristãos deixemos de viver como filhos, de rezar e de iluminar profeticamente o mundo; que nós cristãos vivamos como pródigos, recusando o perdão do Pai e não desejemos regressar à casa paterna, será que o podemos compreender?”, desenvolveu.
O bispo do Funchal assinalou que em pleno tempo de Advento, de preparação para o Natal, surge a figura da Imaculada para “testemunhar que Deus quer realizar grandes coisas, apesar do pecado”, a mesma obra de salvação que se contempla “na pessoa da Virgem Maria”.
“A Imaculada Conceição convida-nos a fazer parte, como Ela, da nova humanidade”, afirmou.
A partir da primeira leitura, D. Nuno Brás começou a sua homilia a explica que quando o ser humano se aproxima de Deus “não pode deixar de o fazer com temor”, apresentando um “retrato do homem natural”.
“Deus é Amor; o homem é dominado pelo egoísmo, pela inveja, pela soberba. Deus é o Santo; o homem é pecador. Como não temer quando Deus se mostra? Como não temer a sua justiça, que sempre traz à luz a nossa injustiça? Como não temer o seu Amor, nós que vivemos mergulhados no orgulho?”, observou.
O bispo do Funchal salientou que a proposta cristã, “que é a proposta do Evangelho, a proposta de Jesus”, proclama uma possibilidade “inimaginável por qualquer mente humana, mesmo a mais brilhante”.
“Em Cristo, somos abençoados; somos escolhidos; Em Cristo, Deus predestinou-nos para sermos filhos; Em Cristo, Deus tornou-nos herdeiros”, realçou D. Nuno Brás, na homilia da solenidade da Imaculada Conceição, divulgada pelo ‘Jornal da Madeira’.
CB/OC