As ruas próximas da igreja do Carmo, no Funchal, encheram-se ontem de muitos fiéis e devotos de Nossa Senhora do Carmo, através de solene procissão que já não se realizava há 50 anos. A iniciativa foi dos Padres Carmelitas. “Há muito que não se via uma coisa assim na igreja do Carmo, só comparável à visita das Relíquias de Santa Teresinha”, em Dezembro passado, confidenciavam algumas pessoas que ontem participaram na cerimónia religiosa de Nossa Senhora do Carmo. A igreja e arredores acolheram o testemunho de muitos devotos, adultos, jovens e crianças. A celebração foi presidida pelo Pe. Jeremias Vechina, que durante a semana já tinha orientado o tradicional novenário. Na homilia, este responsável pelas Fraternidades do Carmelo Secular da Ordem Carmelita em Portugal, salientou as “devoções ao Rosário e ao santo Escapulário”, para lembrar que “a protecção de Nossa Senhora na vida dos crentes e, principalmente, na hora da morte”, não falha. A mesma certeza se obtém da “misericórdia de Deus, ainda que tenhamos praticado os maiores crimes possíveis como, por hipótese, equacionaram Santa Teresinha e o escritor Dostoievski”, por exemplo, lembrou o padre Jeremias. Os cânticos da celebração litúrgica estiveram a cargo dos jovens do Gabinete de Expressão Musical e Dramática, da Secretaria Regional de Educação. A procissão em honra de Nossa Senhora do Carmo, na diocese do Funchal, já não se realizava há meio século. Uma circunstância que a Comunidade dos Padres Carmelitas decidiu recuperar agora, com a anuência espontânea de muitos madeirenses, do Carmelo Secular e das crianças da Catequese que se incorporaram nesta manifestação pública de fé, percorrendo a Rua do Carmo, Hortas, Bom Jesus e Rua da Conceição. Um andor com a imagem do Menino Jesus de Praga foi levado por algumas crianças; enquanto o da Senhora do Carmo foi transportado por devotos adultos. A marcar os passos da procissão ouviu-se uma melodia interpretada por cerca de vinte músicos da Banda Distrital do Funchal.