D. Nuno Brás apela ao cumprimento das normas de segurança, mantendo as cerimónias tradicionais «de um modo menos exuberante»
Funchal, Madeira, 25 nov 2020 (Ecclesia) – A Diocese do Funchal publicou hoje uma nota sobre as celebrações do Natal em tempo de pandemia, pedindo que se evitem ajuntamentos fora das igrejas ou romagens, cumprindo as normas de segurança atualmente em vigor.
“Se respeitarmos estas normas, e continuarmos a viver uns com os outros de uma forma cívica, segundo o que as autoridades de saúde nos aconselham, certamente nada nos impedirá de exteriorizar a alegria do Natal, a alegria de nos sabermos salvos por Cristo que vem ao nosso encontro”, escreve D. Nuno Brás.
O responsável católico reconhece que o Natal e as suas festividades “transformam o rosto” das ilhas e de cada família na Madeira e Porto Santo.
“As Ilhas enchem-se de luzes, de músicas próprias desta quadra. Mas este ano vamos ter de viver o Natal num contexto singular: a Covid-19 impõe-nos que celebremos a festa de um modo menos exuberante”, aponta o bispo diocesano.
O documento enviado à Agência ECCLESIA aborda a celebração das tradicionais ‘Missas do Parto’, na novena que antecede o Natal, que serão celebradas, “respeitadas as distâncias de segurança sanitária”.
O bispo do Funchal pede que, à saída das igrejas, “não existam ajuntamentos” e informa que as paróquias “não irão promover os festejos que se seguem habitualmente àquelas celebrações”.
Quanto à Noite de Natal, a diocese determina que “não se façam romagens, autos ou a ‘pensação do Menino’”.
O habitual beijo da imagem do Menino no final da Missa, será substituído pelo gesto do sacerdote que ergue a imagem do Salvador, enquanto toda a comunidade, sem sair do lugar, canta um cântico e se inclina em reverência. Em casa, a família é convidada a reunir-se à volta do Presépio enquanto um dos seus membros faz uma oração”.
A diocese determina ainda a criação de um circuito para eventuais visitas aos Presépios paroquiais, “no respeito das distâncias e regras sanitárias que se impõem”.
A 4 de novembro tinham sido emitidas novas orientações para as celebrações e catequese nas comunidades católicas, para travar eventuais contágios, limitando a lotação das igrejas a um terço da sua capacidade.
D. Nuno Brás refere na nota que “o objetivo da festa do Natal e de todas as celebrações” é a “salvação”.
“Queremos deixar que Deus venha até nós e nos salve: a alegria da Sua presença; a alegria de, vendo-O assim, humano como nós, podermos mais facilmente partilhar a Sua vida enche de tal forma o nosso coração que precisamos de a comunicar”, escreve.
No Natal, Deus faz-se próximo de nós. Quer dar-nos a sua Vida. Confiemos nele porque nunca nos abandona. Mesmo no meio desta pandemia, façamos do Natal uma verdadeira festa cristã”.
Em conferência de imprensa, esta tarde, o presidente do Governo Regional da Madeira anunciou novas medidas para as comemorações de Natal no arquipélago, entre elas o cancelamento das tradicionais “Noites do Mercado”.
Miguel Albuquerque sublinhou que as Missas do Parto e do Galo obedecem às regras atualmente em vigor, sendo “proibidos convívios nas áreas circundantes aos templos”, antes ou depois das celebrações.
OC