Funchal: D. Nuno Brás indica Sínodo como processo onde ninguém é «insubstituível» e «todos são indispensáveis»

Celebração na Sé assinalou início do Sínodo dos bispos na diocese, solenidade da dedicação da Sé e o acolhimento das relíquias de São Tiago Menor 

Funchal, 17 out 2012 (Ecclesia) – D. Nuno Brás lembrou hoje durante a celebração de início do Sínodo dos Bispos na Diocese do Funchal ser esta a ocasião que mostra que ninguém é “insubstituível” e que “todos são indispensáveis” na Igreja.

“Um povo onde sopra o Espírito do Senhor, que sempre renova a face da terra. Um povo que sabe escutar o entusiasmo irreverente do jovem, a certeza madura dos adultos, o ancião cheio de sabedoria. Um povo que se estende de uma ponta à outra do universo. Um povo onde todos têm lugar: santos e pecadores à procura de conversão. Um povo, multidão que procura transformar o seu tempo. Um povo que, nascido da morte e ressurreição de Jesus e do Espírito que nos faz um com o próprio Cristo, procura ser, no seio de uma humanidade dividida e em sofrimento, o lugar da unidade e da eternidade”, afirmou o bispo do Funchal na celebração de início do Sínodo dos Bispos na diocese do Funchal, a que presidiu na Sé, e de acolhimento das relíquias de São Tiago.

O responsável sublinhou o convite do Papa Francisco dirigido a todos para que participem no processo sinodal, para “olhar para o futuro, caminhando juntos, alimentados pela Eucaristia, de modo a que muitos outros possam também descobrir e encontrar Jesus ressuscitado”.

As dioceses portuguesas assinalam, a partir deste domingo, a fase inicial de consulta e mobilização das comunidades católicas no processo sinodal convocado pelo Papa, que decorre até 2023.

A auscultação das Igrejas locais é uma etapa inédita, desenhada pelo Papa Francisco, que pediu a cada bispo que replicasse a celebração de abertura que decorreu no Vaticano, a 9 e 10 de outubro, com uma cerimónia diocesana.

D. Nuno Brás assinalou a presente celebração a que convidou os diocesanos a participar como única: “Dificilmente participaremos numa outra celebração em que, com tal intensidade, nos vejamos envolvidos pelo mistério da Igreja nas suas diversas dimensões, como sucede com esta que agora vivemos”, indicou.

A Sé do Funchal acolhe a partir de hoje as relíquias de S. Tiago Menor e que irão permanecer na diocese.

Relíquias de São Tiago Menor – Diocese do Funchal

“Queremos acolhê-las, juntamente com o testemunho de fé que elas nos oferecem.

A fé cristã tem expressões diferentes, segundo as diferentes culturas dos povos onde ela chegou e que nela vivem. Mas o seu conteúdo, o seu núcleo central e essencial é a fé apostólica”, manifestou.

São Tiago foi escolhido como padroeiro da diocese há 500 anos, e manifesta, relembrou D. Nuno Brás, a vontade do povo madeirense de fazer sua “a fé apostólica”.

A celebração assinalou ainda a dedicação da Sé do Funchal, acontecida a 18 de outubro de 1517.

“Esta Igreja Catedral fala também da Diocese que somos. Mostra que não somos apenas herdeiros de uma tradição gloriosa, ainda que manchada pelo pecado e pelas falhas de tantos cristãos. Esta Catedral proclama que hoje, em 2021, no meio da nossa cidade e da nossa Ilha, somos e queremos ser, cada vez mais, como as pedras sólidas e belas deste templo. Somos e queremos ser, cada vez mais, o corpo de Cristo, de braços abertos à cidade, de portas escancaradas, que a todos acolhem”, indicou.

“Quem tiver a simplicidade de entrar, de se fazer membro deste povo, com a disponibilidade daquele que procura, não pode deixar de se surpreender. Encontrará a sabedoria de vida; a generosidade humana transformada, alargada pela fé; a alegria festiva de quem percebe Deus ao seu lado, dando força e coragem para ultrapassar os sofrimentos; a rudeza da vida transformada em acolhimento; os horizontes abertos à imensidão do mar da vida eterna”, finalizou.

LS

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