Funchal: Bispo preside à celebração da padroeira e pede projetos políticos ao serviço do «interesse comum»

D. Nuno Brás deixa apelos na festa de Nossa Senhora do Monte

Foto: Diocese do Funchal

Funchal, Madeira, 15 ago 2021 (Ecclesia) – O bispo do Funchal presidiu hoje à Missa da solenidade da Assunção, festa de Nossa Senhora do Monte, padroeira da diocese, da cidade e da Madeira, pedindo que a próxima campanha autárquica seja marcada pelo “interesse comum”.

“Nestas próximas semanas, assistiremos à contraposição legítima de projetos e de pessoas que se apresentam com o objetivo de servir o interesse comum. Que seja uma campanha digna da sociedade madeirense que somos. E que Nossa Senhora do Monte a todos assista e acompanhe”, disse D. Nuno Brás, na homilia da celebração que decorreu na igreja do Monte, com a presença de autoridades locais.

O responsável católico destacou a necessidade de percorrer este caminho em conjunto, “como pessoas e como comunidade”.

“Na liberdade e em consciência, havemos de escolher aqueles que pensamos serem os melhores para continuar a construir um modo de viver que se aproxime o mais possível da meta que nos propomos como comunidade madeirense”, apontou.

A homilia, enviada à Agência ECCLESIA, destacou os sinais de saída do tempo de pandemia, que limitou mutos “momentos humanos e tantas expressões públicas da fé”.

“Não podemos deixar de olhar com esperança o horizonte que agora se começa a abrir diante de nós”, assinalou D. Nuno Brás.

O bispo do Funchal refletiu sobre o significado da celebração litúrgica da Assunção de Maria, sinal de uma vida “perfeitamente realizada” com Deus.

“Deus não é apenas o começo do nosso existir: é também o seu fim, o seu destino. Fomos criados para viver com Deus, e nisso consiste a felicidade maior e duradoira a que algum de nós pode aspirar: também a nós Deus convida a ser semelhantes à Virgem, Senhora da Assunção. Como ela e com ela, no final da nossa vida terrena, partilharemos plenamente a vida de Cristo”, precisou.

D. Nuno Brás apelou à conversão do “viver comunitário”, evocando a história da Europa e da Madeira, marcada pelo património cristão.

Longe de nós, cristãos, querer impor o cristianismo a quantos não acreditam em Cristo. Mas longe de nós pensar que o cristianismo se resuma a uma mera atitude interior e secreta”.

O responsável católico recordou que, ao longo dos séculos, a Virgem Maria foi “modelo” para a sociedade madeirense.

“Nossa Senhora tem um lugar muito especial no coração dos madeirenses, como tem igualmente um lugar muito especial no seu viver comunitário e público”, afirmou.

Foto: Diocese do Funchal

A festa em honra de Nossa Senhora do Monte, cuja devoção remonta a finais do século XV, decorre na igreja homónima, numa das zonas altas do Funchal, no mesmo local onde foi construída uma capela dedicada a Nossa Senhora da Encarnação, em 1470.

A imagem de Nossa Senhora, considerada milagrosa, foi para a Catedral, voltando para a nova igreja a 14 de junho de 1747, local que se tornou o ponto de peregrinação mais importante da ilha da Madeira.

Numa das capelas laterais está o túmulo do Beato Carlos de Áustria (Imperador Carlos de Habsburgo), beatificado pelo Papa João Paulo II em outubro de 2004.

OC

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