Funchal: Bispo destina «gesto comunitário de renúncia» para «ajudar os irmãos da Venezuela»

D. Nuno Brás alerta que se trata «mal a Deus, substituindo-O por pequenos deuses» e «o próximo»

Foto Agência ECCLESIA / MC

Funchal, Madeira, 01 mar 2019 (Ecclesia) – O bispo do Funchal destinou o “gesto comunitário de renúncia” que os fiéis vão fazer durante a Quaresma deste “para ajudar” os “irmãos da Venezuela”, país de destino de muitos portugueses que emigraram no arquipélago da Madeira.

Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, D. Nuno Brás explica o “dinheiro” proveniente da renuncia quaresmal é para “ajudar os irmãos da Venezuela que passam necessidades”.

D. Nuno Brás referiu-se à situação que se vive na Venezuela, afirmando que, se o preocupava como cidadão, preocupa-o “muito mais” desde que foi eleito bispo do Funchal, uma vez que “grande parte da comunidade portuguesa na Venezuela é de origem madeirense”.

“É necessário acolher aqueles que vieram e é necessário também, e muito, ajudar a Cáritas da Venezuela ou as cáritas dos países à volta, para ajudar os madeirenses que lá estão e estão a passar um momento muito difícil na sua vida”, afirmou o bispo do Funchal sobre uma realidade que o preocupa, em entrevista à Agência ECCLESIA por ocasião da entrada na diocese.

O bispo diocesano informa ainda que na renúncia quaresmal de 2017 angariaram mais de 22 mil e quinhentos euros (22.534,41€), “cerca de metade foram destinados ao Fundo Social Diocesano” e 11.534,41€ foram entregues à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre para a “reconstrução das casas dos cristãos do Iraque”.

Na mensagem da Quaresma ‘Caminhemos para a Páscoa’, D. Nuno Brás explica que olhando para a Páscoa de Jesus, “o Homem novo”, percebem “melhor a necessidade de tomar mais a sério a vida de cristãos”.

“Olhando para a luz, percebemos as sombras que ainda habitam a nossa vida. Tratámos mal a Deus, substituindo-O por pequenos deuses: o poder, o dinheiro, o prazer, a fama. Tratámos mal o próximo cada um julgando que é o centro do mundo”, desenvolveu.

O bispo do Funchal alerta para o esquecimento da “dignidade do outro”, aceitou-se que “viva na pobreza, que seja espezinhado”, tratando-o “como se fosse uma coisa e não uma pessoa”.

“Somos convidados a rezar mais e melhor e a deixar que Deus seja o Único Senhor da nossa existência; a dar esmola e a olhar para o outro que necessita da nossa ajuda; a jejuar para mostrar que não queremos que a nossa vida esteja sujeita ao pecado”, desenvolve, sugerindo que se medite, “mais assiduamente”, na palavra de Deus.

A Quaresma é um tempo de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que este ano começa no próximo dia 6, e é um itinerário de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, em 2019 no dia 21 de abril.

“Nesta Quaresma, olhemos mais para Jesus. É a Ele que queremos seguir cada vez melhor. É como Ele que queremos ser. É nele que queremos viver. É a Ele que queremos mostrar cada vez mais claramente. Sempre. Não tenhamos medo da conversão que Ele nos propõe, que Ele nos pede”, pede D. Nuno Brás na sua mensagem.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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