Funchal acolheu em grande Festa de S. Paulo

O tempo estava convidativo e foram centenas as pessoas que ontem participaram na celebração do Ano Paulino, em representação das várias paróquias do Arciprestado do Funchal, o mesmo acontecendo nas outras zonas pastorais da diocese. O objectivo foi lançar desafios, como propôs o Papa para a realização deste ano jubilar (dois mil anos do nascimento de São Paulo) e como explicou ao JORNAL da MADEIRA o Pe. João Carlos Gomes, pároco do Livramento, na sua qualidade de responsável pelo Arciprestado do Funchal. “É com certeza um desafio muito grande que é lançado neste ano jubilar, para dar um novo alento à Igreja, no sentido de cada um redescobrir a dimensão missionária do Apóstolo, entre muitos outros aspectos da sua mensagem expressa nas Cartas”. Além disso, “o desafio é desistalar-se, sair dos seus lugares e aceitar o nomadismo constante do Apóstolo que foi o homem das grandes encruzilhadas, dos areópagos do mundo de então, e que procurou ser o grande anunciador da Palavra, mas tudo girando à volta daquele que marcou verdadeiramente a sua vida, a ponto de afirmar: “Para mim, viver é Cristo!” Como proposta desafiadora para o nosso tempo o Pe. João Carlos Gomes apresenta ainda o “grande momento da vida de São Paulo”, ou seja, “a conversão na estrada de Damasco”, que mais tarde serviria de modelo a outras grandes personalidades, como “o poeta Paul Claudel, cuja conversão aconteceu quando participava numa missa da noite de Natal, na catedral de Paris, através de um cântico que ele ouviu, e assim se tranformou; ou Santo Agostinho, que se converteu ao ler a Carta aos Romanos. Temos vários testemunhos na vida da Igreja de pessoas que se deixam seduzir por esta Palavra”, apontou. Em síntese, o “grande momento” na vida dos cristãos, hoje, imitando S. Paulo, “pode traduzir-se através de três verbos: encontrar-se com a Palavra; acolher a Palavra; e viver a Palavra de Deus”. Manifestação de fé nas ruas é importante Após a celebração das quatro Missas celebradas ontem à tarde, à mesma hora, em várias igrejas do Funchal (Colégio, com o Pe. João Carlos Gomes, Sé, com o Cónego Manuel Martins, São Pedro, com o Pe. Nélio Mendonça, e Carmo, com o Pe. José Luís Rodrigues), segui-se um conjunto de actividades pelas ruas da cidade, com jovens, para dar a conhecer a vida de São Paulo nos seus principais momentos de apostolado – desde a escrita das Cartas, em tendas montadas para o efeito, passando pelas viagens, no cais, até à prisão, culminando tudo no Jardim Municipal, com canções e mensagens. Para o Pe. João Carlos Gomes, “estas iniciativas são importantes, são como a catequese ao vivo e precisamos deste dinamismo. Sabemos que é difícil desinstalar as pessoas, não estamos habituados a este estilo, mas a nova evangelização proposta pelo Santo Padre exige também novos métodos, novas linguagens, e é preciso levar também Cristo até ao coração da nossa cidade. É preciso sacudir as consciências a partir de sinais vivos. Neste caso, no Arciprestado do Funchal, fizemos esta grande movimentação através dos jovens para dar visibilidade a uma Igreja que está viva e actuante, com profunda adesão à vida e à fé em Jesus Cristo”, considerou. Uma última referência, nesta manifestação de rua, a figura de São Paulo foi interpretada por um leigo, Gerardo Freitas, que à nossa reportagem disse estar “entusiasmado porque estou a imitar alguém que foi muito significativo na História da Igreja. Se não fosse São Paulo, na pertinência da sua missão, nós hoje se calhar não estaríamos cristianizados”, afirmou.

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