Francisco/8.º Aniversário: Bispo do Porto fala em renovação «imparável»

D. Manuel Linda sublinha nova cultura eclesial, marcada pelo diálogo e o cuidado

(imagem de arquivo)

Porto, 09 mar 2021 (Ecclesia) – O bispo do Porto disse hoje à Agência ECCLESIA que os oito anos de pontificado de Francisco, que se completam a 13 de março, representam uma renovação “imparável” da Igreja Católica.

“É evidente. Não quer dizer que o Papa que vem a seguir o vá copiar, sem mais nem menos, que toda a Igreja corresponda aos seus anseios, mas há toda uma cultura que está a ser construída”, destaca D. Manuel Linda.

O responsável elogia um pontificado em que “a cultura do diálogo, da saída, da missão, do cuidado, do não autoritarismo da parte da Igreja” estiveram patentes.

O bispo do Porto admite que “há muita reação contra” o Papa Francisco de grupos “minoritários” face ao panorama geral das comunidades católicas.

“Têm muito poder, porque dominam alguma comunicação social, mandam muitas cartas, fazem muitos comunicados e porque têm nomes sonantes, mas são ridiculamente minoritários. O Povo de Deus não é isso”, realça D. Manuel Linda.

Para o responsável português, várias das novidades propostas por Francisco estavam presentes “no espírito e na letra” do Concílio Vaticano II (1962-1965), mas “uma coisa é a reflexão teológica e outra coisa é a sua atuação concreta”.

“Este Papa ajudou-nos na atuação concreta”, precisa.

Projetando o futuro, D. Manuel Linda considera que o modo de agir da própria Igreja “vai ser diferente”, procurando adaptar-se às circunstâncias.

“Nunca mais haverá uma paróquia fornecedora de serviços, em que as estruturas paroquiais estão lá à espera que alguém bata à porta”, exemplificou.

O bispo do Porto sustenta que cada paróquia tem de “ser dinâmica, missionária” e “ir ao encontro das pessoas”.

Em relação às Igrejas vazias, essencialmente na Europa, o responsável sublinha que “a Igreja não é só a Europa”, mesmo que “os grandes esquemas do Cristianismo ainda estejam numa mentalidade europeia”, realçando que esse “centralismo” tem tendência a desaparecer.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito, assumindo o inédito nome de Francisco; é também o primeiro Papa jesuíta e o primeiro sul-americano, na história da Igreja.

PR/LFS/OC

Para esta Quaresma, D. Manuel Linda propôs que cada família na sua diocese tenha uma cruz em casa, destacando a necessidade de “símbolos”.

“Se as famílias nesta Diocese do Porto, em concreto são maioritariamente católicas, por que não ter um símbolo? Pode ser uma imagem de Nossa Senhora, sem dúvida, pode ser a de um santo de particular devoção, a do anjo da guarda, mas o grande símbolo para nós, cristãos, é a cruz”, precisa.

Para o bispo do Porto, esta é uma forma de valorizar a dimensão doméstica, porque “cada família é uma Igreja”.

 

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Agência ECCLESIA

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