Francisco/3.º aniversário: Papa trouxe periferias para o centro, diz cardeal-patriarca

D. Manuel Clemente sublinha lições «do reencontro, da solidariedade e da justiça»

Lisboa, 13 mar 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa considera que a atitude do Papa “em centralizar as periferias” é uma das marcas do pontificado de Francisco, cujo terceiro aniversário se celebra hoje.

D. Manuel Clemente explica à Agência ECCLESIA que os gestos e presenças do Papa argentino se verificam, sobretudo, nas periferias: mesmo nas audiências de quarta-feira, na Praça de São Pedro (Vaticano), Francisco tem “um centro físico, o estrado onde preside, no entanto passa a maior parte delas andando de carro nas periferias”.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito; assumiu o inédito nome de Francisco, tornando-se o primeiro Papa jesuíta na história da Igreja e também o primeiro pontífice sul-americano.

Com “um carisma tão próprio”, o Papa argentino tem desempenhado “aquilo que todos esperam que a Igreja seja: uma atenção a Deus e uma atenção ao mundo”, frisou o cardeal-patriarca de Lisboa.

Na proximidade com todas as fronteiras, Francisco tem “efetivado” os valores através “do reencontro, da solidariedade e da justiça como contribuições indispensáveis para a paz”, referiu D. Manuel Clemente.

Os gestos concretos “dele e dos colaboradores da Santa Sé” têm permitido “ultrapassar alguns impasses”, basta ver o que aconteceu “em relação a Cuba” e também ao “mundo ortodoxo russo”, sublinhou o patriarca de Lisboa, criado cardeal por Francisco em fevereiro de 2015.

Quando se apresentou à Igreja e ao mundo depois da eleição, o Papa disse que “vinha do fim do mundo” e “não do centro habitual das atividades da Igreja, que é a Europa”.

O facto de ter vindo da Argentina, que é “antes de mais uma geografia”, contribui para a sua maneira de, no dia-a-dia, “estar atento à realidade da Igreja e da sociedade”.

Olhar a realidade a partir da periferia dá “outra pertinência” ao discurso do Papa Francisco, conclui D. Manuel Clemente.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito; assumiu o inédito nome de Francisco e é o primeiro pontífice jesuíta na história da Igreja.

LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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