D. Manuel Felício fala em «nova maneira de ser Igreja»
Guarda, 14 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo da Guarda destaca que ao longo de três anos de pontificado do Papa Francisco “as surpresas foram-se multiplicando”, não só pelas propostas à Igreja e ao mundo, mas “sobretudo, pelo estilo com que as fez e continua a fazer”.
“O Papa Francisco é, de facto e em si mesmo, uma nova maneira de ser Igreja – Igreja em saída, qual hospital de campanha ao encontram dos que sofrem ou jazem abandonados na berma dos caminhos da vida – uma nova maneira de ser Igreja que mobiliza os que estão dentro dela e mesmo outros que estão fora”, destacou D. Manuel Felício.
No artigo de opinião, enviado à Agência ECCLESIA pela Diocese da Guarda, o prelado assinala que Francisco decide “olhar a Igreja e o mundo” a partir das periferias e dos marginais.
“Uma Igreja pobre para os pobres é o núcleo da sua mensagem”, observa, recordando que aos bispos e outros sacerdotes “deseja-os na máxima proximidade e companhia do seu povo”, que “saibam e sintam o cheiro das suas ovelhas”.
D. Manuel Felício recorda também a expressão “verdadeiramente profética” – “esta economia mata” – da Exortação Apostólica ‘Evangelii Gaudium’, e observa que as propostas da Encíclica ‘Laudato Si’ “anteciparam e mesmo influenciaram” a cimeira mundial ‘Cop 21’ “praticamente meio ano” antes.
Para o bispo da Guarda, a surpresa de Francisco continuou ao “decidir chamar” para o centro do debate eclesial “a realidade e os grandes problemas da família”, com um Sínodo dos Bispos, do qual aguardam-se agora, “com justificada esperança, as propostas que vai fazer à Igreja e ao mundo”, na exortação apostólica pós-sinodal.
D. Manuel Felício relembra também o início do pontificado, quando o “mundo foi surpreendido” pela eleição de um Papa vindo do fim do mundo, assinalando que “continuou surpreendido” com a escolha do nome Francisco e com o “verdadeiro gesto profético” de ter inclinado a cabeça para “receber a bênção” do povo.
CB