Cardeal deixa mensagem, desde Fátima, recordando início do pontificado
Fátima, 13 mar 2025 (Ecclesia) – O cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, recordou hoje o 12.º aniversário de eleição pontifícia de Francisco, rezando pela “rápida recuperação” do Papa.
“Os últimos dias que vivemos de fragilidade, doença, aumentaram ainda mais o nosso desejo e vontade de estarmos juntos e fazermos caminho juntos com o Papa Francisco”, refere, em mensagem enviada à Agência ECCLESIA.
O responsável católico encontra-se em Fátima, para o retiro anual do episcopado português.
“Neste dia, quero, aqui em Fátima, reforçar as nossas orações para a rápida recuperação do nosso querido Papa Francisco, destes dias difíceis que vivemos, nesta certeza de que a esperança não desilude, a esperança não engana”, indica.
“Agradecemos ao Pai do Céu, pedimos a Maria que o cuide e pedimos a Maria que cuide a todos, todos, todos, rumo à total recuperação do nosso querido Papa Francisco”, acrescenta.
D. Américo Aguiar diz que este é um dia “muito especial”, lembrando que a 13 de março de 2013 estava em Roma, acompanhando a equipa de RTP que fazia a cobertura do conclave.
“São momentos, horas, dias, anos, que fomos fazendo caminho juntos. E nunca imaginei que fosse tão juntos como acontece na atualidade”, observa.
Francisco criou o antigo presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e atual bispo de Setúbal como cardeal, no consistório de 30 de setembro de 2023.
Nós somos peregrinos de esperança neste ano jubilar e foi essa esperança, Cristo vivo, que nos alimentou e nos deu a certeza de que o Papa Francisco ia ultrapassar estes dias tão, tão difíceis que acabou por viver”.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após um conclave de dois dias, assumindo o inédito nome de Francisco.
Nestes 12 anos fez 47 viagens internacionais, nas quais visitou 67 países, incluindo Portugal (2017 – centenário das Aparições de Fátima – e 2023 – para a JMJ Lisboa, tendo passado também por Fátima).
Dentro da Itália, o Papa realizou mais de 30 de visitas a várias localidades, incluindo uma passagem pela ilha de Lampedusa, primeira viagem do pontificado, e cinco deslocações a Assis.
Entre os principais documentos do atual pontificado estão as encíclicas ‘Dilexit Nos’ (2024), texto dedicado à devoção ao Coração de Jesus; ‘Fratelli Tutti’ (2020), sobre a fraternidade humana e a amizade social; ‘Laudato si’ (2015), dedicada a questões ecológicas; a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé, 2013), que recolhe reflexões de Bento XVI; as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), texto programático do pontificado, de 2013; ‘Amoris laetitia’, de 2016, dedicada à família; o documento sobre a “Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da convivência comum” assinado pelo Papa Francisco e o grão imã de Al-Azhar, Ahamad al-Tayyi, em Abu Dhabi (2019).
A reforma dos organismos centrais de governo da Igreja Católica, levada a cabo com a ajuda de um inédito conselho consultivo de cardeais, dos cinco continentes, foi concretizada através da Constituição Apostólica ‘Praedicate Evangelium’, de 2022, propondo uma Cúria Romana mais atenta à vida da Igreja Católica no mundo e à sociedade, com maior protagonismo para os leigos e leigas.
Francisco convocou até hoje cinco assembleias do Sínodo, dedicadas à sinodalidade (2023 e 2024), à Amazónia (2019), aos jovens (2018) e à família (2015 e 2014), além de uma cimeira global sobre o combate e prevenção aos abusos sexuais (2019).
No seu pontificado, a Igreja Católica celebrou dois Jubileus – em 2016, num Ano Santo Extraordinário, dedicado à Misericórdia, e o atual Ano Santo ordinário, dedicado à esperança.
OC