Francisco/12.º aniversário: Bispo de Lamego elogia pontificado que «abriu portas»

«O que importa é aprendermos todos juntos a construir um mundo novo» – D. António Couto

Foto: Lusa/EPA

Lamego, 13 mar 2025 (Ecclesia) – O bispo de Lamego disse à Agência ECCLESIA que o pontificado de Francisco, iniciado há 12 anos, tem conseguido “abrir portas” e alargar o discurso da Igreja.

“É um pontificado, que abriu uma série de portas, porventura impensáveis. Ninguém pensaria que abrisse algumas portas, mas abriu muitas portas, sobretudo bateu à porta de muitos corações, para todos perceberem que há Deus, que há Deus aí por trás, e que nos pode ajudar a todos”, referiu D. António Couto, a respeito do 12.º aniversário de eleição pontifícia, que se assinala hoje.

O responsável católico destaca que o atual Papa se tem dirigido “a todos, mesmo aqueles que são homens de boa vontade, ou mulheres de boa vontade, e que nem acreditam em Deus”.

“Também para eles há lugar, para podermos todos juntos, aqueles que creem, aqueles que porventura só creem naquilo que creem, mas que não creem em Deus, há lugar para todos para estabelecermos um mundo novo”, acrescenta.

Neste momento, o que importa mesmo é nós aprendermos todos juntos a construirmos um mundo novo. Esse para mim é o ponto fulcral que importa destacar, e penso que o Papa Francisco soube trazer para a primeira página, não apenas a política, como muitos ouvem, leem pelo lado da política, ou da economia”.

Para o bispo de Lamego, Francisco “é um homem que, de facto, bateu a todas as portas e a todos os corações”.

“Os que abriram, abriram; os que não abriram, não abriram, mas ainda podem vir a abrir, penso que isso é fundamental do Papa Francisco”, conclui D. António Couto.

O cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março de 2013, após um conclave de dois dias, assumindo o inédito nome de Francisco.

Nestes 12 anos fez 47 viagens internacionais, nas quais visitou 67 países, incluindo Portugal (2017 – centenário das Aparições de Fátima – e 2023 – para a JMJ Lisboa, tendo passado também por Fátima).

Dentro da Itália, o Papa realizou mais de 30 de visitas a várias localidades, incluindo uma passagem pela ilha de Lampedusa, primeira viagem do pontificado, e cinco deslocações a Assis.

Entre os principais documentos do atual pontificado estão as encíclicas ‘Dilexit Nos’ (2024), texto dedicado à devoção ao Coração de Jesus; ‘Fratelli Tutti’ (2020), sobre a fraternidade humana e a amizade social; ‘Laudato si’ (2015), dedicada a questões ecológicas; a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé, 2013), que recolhe reflexões de Bento XVI; as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), texto programático do pontificado, de 2013; ‘Amoris laetitia’, de 2016, dedicada à família; o documento sobre a “Fraternidade Humana em prol da Paz Mundial e da convivência comum” assinado pelo Papa Francisco e o grão imã de Al-Azhar, Ahamad al-Tayyi, em Abu Dhabi (2019).

A reforma dos organismos centrais de governo da Igreja Católica, levada a cabo com a ajuda de um inédito conselho consultivo de cardeais, dos cinco continentes, foi concretizada através da Constituição Apostólica ‘Praedicate Evangelium’, de 2022, propondo uma Cúria Romana mais atenta à vida da Igreja Católica no mundo e à sociedade, com maior protagonismo para os leigos e leigas.

Francisco convocou até hoje cinco assembleias do Sínodo, dedicadas à sinodalidade (2023 e 2024), à Amazónia (2019), aos jovens (2018) e à família (2015 e 2014), além de uma cimeira global sobre o combate e prevenção aos abusos sexuais (2019).

No seu pontificado, a Igreja Católica celebrou dois Jubileus – em 2016, num Ano Santo Extraordinário, dedicado à Misericórdia, e o atual Ano Santo ordinário, dedicado à esperança.

HM/OC

Francisco/12.º aniversário: Encíclicas sociais, processo sinodal e atenção às periferias marcam pontificado (c/vídeo)

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