França: Cinco anos depois do incêndio, Notre-Dame de Paris prepara-se para reabertura

Responsáveis sublinham relação entre novidade e tradição, na reconstrução da catedral

Foto: CEF.fr

Paris, 16 abr 2024 (Ecclesia) – A Catedral de Notre-Dame de Paris, gravemente atingida por um incêndio a 15 de abril de 2019, está a passar por obras de reconstrução que devem permitir a reabertura no próximo dia 7 de dezembro.

Mons. Olivier Ribadeau, arcipreste-reitor da catedral, destaca o “caminho percorrido” na recuperação do edifício e aponta ao futuro.

“A catedral não se parecerá com a que deixamos: a luz da pedra e a beleza das pinturas dar-nos-ão algo de novo, em relação ao que conhecíamos”, indica, em entrevista divulgada pelo site da Conferência Episcopal Francesa (CEF).

Segundo o responsável, o trabalho desenvolvido no interior da catedral vai resultar em “algo de extremamente belo e poderoso”.

“Não fazíamos ideia da força desta arquitetura, que recupera tanto a elevação gótica da catedral como a sua largura. Antes do incêndio, as capelas laterais eram tão escuras que só se via a nave. A catedral ganhou uma nova dimensão”, precisa.

O altar foi parcialmente destruído aquando da queda do pináculo e da queda da abóbada, o que levou à decisão de renovar todo o espaço e o mobiliário litúrgico da catedral.

Guillaume Bardet foi o escolhido para conceber cinco peças: “o batistério à entrada da catedral, o altar no cruzamento dos transeptos, o ambão do lado sul aos pés da Virgem Maria, a cátedra, que voltará à sua antiga posição no pilar norte, e o tabernáculo”.

O arcipreste-reitor adianta também que as obras retiradas de Notre-Dame, durante o incêndio, vão ser devolvidas ao local.

A construção da catedral, de estilo gótico, teve início em 1163 e foi concluída em 1345; no século XIX foi restaurada pelo arquiteto Viollet-le-Duc.

A Catedral de Notre-Dame é propriedade do Estado, de acordo com lei francesa de separação Igreja-Estado de 1905, e o seu uso é atribuído à Igreja Católica.

O teto da catedral, que desabou no fogo, há cinco anos, datava de 1326 e tinha um peso de 210 toneladas, assentes numa estrutura em madeira de carvalho.

OC

 

 

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