A Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa acolhe, nos dias 27 e 28 de Janeiro, o Fórum «Risco de Educar», espaço de reflexão e debate A educação é, neste momento, uma das questões mais urgentes e importantes em todo o mundo, qualquer que seja o grau de desenvolvimento do país em referência. Toda a problemática social (a vida, o ambiente, a dimensão religiosa, os problemas e dinâmicas sociais) se reverte na actividade educativa. O peso dos problemas humanos, transforma-se cada vez mais em urgência educativa. Triste mas real exemplo desta ligação imediata entre o mundo e a vida do jovem foi a da noticiada morte por enforcamento de três crianças em lugares distintos do mundo por imitação do que, dias antes, fora amplamente divulgado por imagens. Para o acto, nada importa o facto de serem pobres. Outras imitações, como a da magreza dos modelos de passerelle, atingem o interior profundo de outras pessoas, com outras posses. Os casos limite manifestam e escondem uma quantidade imensa de casos intermédios. A questão é propriamente educativa: quem somos? Que pessoas queremos ser? Que sociedade queremos construir? Este é o contexto real do Fórum Risco de Educar. Se aos adultos é difícil viver no meio da instabilidade e conflituosidade contínua, às crianças muito mais. É necessário, portanto, progredir continuamente nas ideias e práticas educativas, e, de algum modo, reaprender a viver e reaprender a ser educador. A repetição de fórmulas, não chega. Os pais amam os seus filhos, os professores dedicam-se de corpo e alma aos seus alunos, as entidades educativas procuram assegurar condições e recursos de educação. No entanto, a real situação juvenil está a emitir contínuos sinais de alerta, quer na linha das competências científicas, técnicas e culturais, quer nas dimensões mais profundas da felicidade. O Fórum apresenta-se, neste contexto, como um espaço humano de reflexão e debate sobre estas questões; um lugar de diálogo sobre vários modelos edu-cativos; uma oportunidade de comunhão na diferença de propostas educativas da escola católica; uma forma de partilha sobre inovação nas práticas pedagógicas, na relação com os pais e a família, o meio e a sociedade, os jovens mais ca-renciados. Se nos situarmos no âmbito restrito do direito à educação, a questão essencial é a da liberdade de educação. Esta será uma das questões centrais da actualidade no mundo inteiro (a outra é a da saúde). Os condicionamentos superam o que é devido até ao ponto de riscarem, ou quase, o direito fundamental à educação que é um direito dos pais como primeiros e principais responsáveis da educação dos seus filhos. Por outro lado, a escola católica está na missão da Igreja como “lugar de experiência eclesial, da qual a comunidade cristã é a matriz”. A afirmação, encontra-se em A Escola Católica no Limiar do Terceiro Milénio, onde também se diz que ela “é chamada a uma renovação corajosa. A preciosa herança de uma longa experiência de séculos manifesta, com efeito, a vitalidade própria sobretudo na capacidade de inovação sapiente”. Mas o texto de referência fundamental continua a ser a Declaração Conciliar Gravissimum Educationis. As questões perduram e interpelam de forma exigente. O Fórum Risco de Educar destina-se a todos os pais, professores, responsáveis de instituições e organismos educativos, técnicos e outros educadores que desejam reflectir e aprofundar a sua missão educativa. Assenta em três formas complementares de comunicação: a reflexão, o debate e o testemunho de experiência. A partir de cada uma delas serão facilitados o enriquecimento pedagógico e a aprendizagem recíproca. O encontro é também um chamamento à vivência de fé, à oração e à celebração. No programa conta-se, entre outros, com a intervenção de Dom José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, versando sobre a escola católica na missão da Igreja. Se, por um lado, o Fórum faz sequência com o I Congresso da Escola Católica, realizado em Fátima, em Novembro de 2003, por outro está aberto a novas perspectivas, lançando-se como iniciativa conjunta do Secretariado Nacional da Educação Cristã, a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal e a Associação Portuguesa de Escolas Católicas. No site www.riscodeeducar.com pode encontrar informação pormenorizada e actualizada sobre o evento. O risco pode ser entendido como desafio, pela altura das metas a alcançar; como aposta, correspondente a um acto de confiança; como combate, por ser um caso de vida ou morte. É sobretudo um risco de alto valor. A arte divina de Deus Amor. Pe. António Figueira Director Oficinas S. José Programa 10.00 h – Sessão de abertura D.Tomaz Nunes, Presidente da CEEC 10.30 h – Educação e educações, Prof. Dr. Carlos Diaz, Universidade Complutense de Madrid Comentários: Engº Roberto Carneiro Presidência: Dom António Marcelino 14.30 h – O risco de educar – P. Amadeu Pinto S.J., Director do Colégio S. João Brito. Comentários: Dra. Isabel Brito Presidência: P. Manuel Barbosa 16.15 h – Sociedade actual: verdade e liberdade, Dr. Luciano Marques, Jurista Comentários: Dr. Marçal Grilo Presidência: Dr. João Trigo 17.45 h Filme/Debate P. António Rego, Dr. António Estanqueiro 28 de Janeiro 09.30 h – Que educador na escola católica?, P. Tarcízio Morais, Salesiano Comentários: Dr. Mário Pinto Presidência: Irmã Matilde Faneca 10.30 h Escola Católica, missão da Igreja D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa Comentários: P. Querubim Silva Presidência: P. Alfredo Cerca 11.45 h – Eucaristia (Presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa) 14.30 h – Risco de Sucesso: Ateliers por grupos 1. Educação da sexualidade (Dra. Cristina de Sá Carvalho, SNEC) 2. Didácticas, manuais ou não? (Dra. Isabel Valente, Colégio de Santa Maria – Lisboa) 3. Solidariedade Escola-Meio (Eng.º Jorge Cotovio, NEC-Núcleo das Escolas Católicas, Diocese de Coimbra; Dra. Helena Pinheiro Colégio Amor de Deus – Cascais) 4. Educação da Fé (Irmã Maria da Glória Cordeiro (Colégio de Rainha Santa Isabel – Coimbra) 5. Ousar currículos e programas (Dr. António Sarmento, Colégio Planalto – Lisboa) 6. Escola/Família (Dr. Paulo Topa, Escola da Ponte – Aves; Dr. Luís Oliveira, Colégio de Nossa Senhora da Apresentação – Calvão) 7. Ensino Recorrente – São João de Brito: Uma experiência de promoção social e humana (Professor António Valente, Colégio São João de Brito – Lisboa) 16.00 h Sessão de encerramento Núncio Apostólico D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa