Formar para partir em Missão

Decorre em Fátima o curso de missiologia, procurando conciliar experiência no terreno e reflexão teórica 50 pessoas estão a participar no curso de missiologia que hoje começou em Fátima e se vai estender até ao final da semana. Alguns participantes contam já com uma caminhada missionária, “muitos leigos querem aprofundar a sua vocação à missão”, explica o Pe. Luís Maurício, orientador desta semana missiológica. Outros religiosos querem “actualizar-se”. É uma iniciativa dos Institutos Missionários ad gentes (IMAG) em Portugal em colaboração com as Obras Missionárias Pontifícias (OMP) que pretende “preencher uma lacuna existente na maioria dos centros de formação da Igreja portuguesa”, segundo manifesta a organização. Aliar a prática e a experiência missionária no terreno e a reflexão teórica sobre os pressupostos históricos e bíblicos, sem esquecer os ensinamentos da Igreja à luz do Vaticano II, descobrindo o que é fazer missão hoje é a propostas dirigida a todos os participantes, quer já estejam envolvidos em experiências de missão, ou acalentem o desejo dessa envolvência. Em trabalhos de grupos os participantes põem em comum experiências missionárias, sendo esta uma mais valia da semana. “É uma forma de concretizar o que se aprende”. O final da semana termina com um testemunho missionário, este ano, de uma religiosa italiana da Consolata que trabalhou em Moçambique e que “agora está em Portugal”, refere o orientador. As partilhas assentam nas recordações das missões. Rostos que dão vida a histórias, mas também “medos, desafios que acontecem em vários pontos do mundo”. A multiculturalidade dá também uma cor especial ao curso, carregado de experiências diferentes com participantes que chegam da Índia, da Indochina, do México, do Guatemala, da Argentina, Espanha e portugueses. “Vinde e vede”, afirma o Pe. Luís Maurício. O convite não é dele, mas a “experiência é muito rica”, podendo fazer “despertar um espírito de missão”. Com cinco anos no Congo muitas são as histórias a partilhar, que o sacerdote argentino tenciona contar. Em especial um trabalho que realizou com “crianças bruxas, uma superstição que a população tem ao acreditar que trazem azar para dentro das casas”, conta. Esta semana possibilita também a tomada de consciência de que “ao sermos cristãos somos também missionários”, explica, sendo que a missão não precisa de quilómetros de distância, “pode ser mesmo na nossa terra”. O Pe. Luís Maurício aponta que o “turismo missionário é mais superficial”, o que em si “não é mau mas a missão leva tempo”, afirma, sublinhando que “implica um diálogo com uma cultura e isto leva tempo”.

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