Formação para a missão é fundamental

Curso de missiologia recorda teologia da missão para combater «caridadezinha e espisódios missionários» Combater a «caridadezinha» na missão é um desafio constante na formação exigente de um missionário. Retomar os princípios teológicos da evangelização cristã é o objectivo do curso de missiologia, que em ano de Congresso Missionário, desperta sensibilidades e disponibilidades. Em ano de Congresso Missionário é natural que as pessoas estejam mais “sensibilizados para a missão da Igreja”, explica à Agência ECCLESIA O Pe. Albino Brás, coordenador do curso de Missiologia e missionário da Consolata. O Congresso será um espaço para convocar toda a Igreja para a missão e perspectivar esses caminhos. “Os que participam no curso estão já envolvidos na dinâmica e despertos para a importância da missão”. 60 participantes na presente edição do curso atinge um record no número de inscrições. O sacerdote aponta que quem ganha são os próprios participantes, que trocam maior número de experiências e a própria missão. “A missão fica mais rica com a qualificação do cristão e é a formação que qualifica o evangelizador”, explica. O curso de missiologia, da responsabilidade das Obras Missionárias Pontificias e o Instituto dos Missionários Ad gentes, é aberto a todos, mas “em especial para quem quer ser missionário”. O coordenador recomenda “vivamente” uma formação que incida sobre “a teologia da missão”. Perceber os fundamentos, conhecer a história, aprofundar o diálogo com a realidade, a espiritualidade e actualizar a missão aos dias de hoje são áreas onde a formação vai incidir. Entre os participantes encontram-se muitos voluntários leigos ligados a congregações. O sacerdote reconhece ser um sinal muito positivo, sintoma que “finalmente a missão começa a ser notada a nível dos leigos, pois anteriormente estava mais ligada a sacerdotes e religiosas”. O Pe. Albino Brás rejeita a ideia de ser “um curso em regime de aulas”, e sublinha a “partilha que existe entre os participantes”, não só em plenário mas nos “momentos de oração que organizamos”. Este é um espaço de “convivência e fraternidade, de partilha, tendo como elementos principais os fundamentos da teologia da missão”. O coordenador do curso aponta a necessidade de formação, contrariando as experiências de missão que “se baseiam em actos isolados”. A missão tem perigos e “muitos vêem-na apenas sob uma ética civil”, seguindo a orientação das organizações não governamentais. “Ir em missão e estar na missão hoje é mais do que uma sensibilidade pelos pobres”. O curso de missiologia “quer apresentar um estilo de vida, uma presença e uma espiritualidade própria da missão que contrarie tudo o que é esporádico e superficial”. O Pe. Albino Brás acredita que “bem conduzidas”, as experiências de voluntariado em que muitos jovens partem por pequenos períodos de tempo “são bons sintomas”. “Mas tem de haver um acompanhamento exigente e formativo”. O sacerdote afirma que a missão “sem formação, sem partilha de testemunhos e sem critérios, não é útil”. Há que reconhecer que o voluntariado e os leigos descobriram o seu papel, mas a estratégia e um projecto são importantes para “não ser parte do problema”.

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