Finanças: Administração do Património da Santa Sé divulga contas pela primeira vez

2020 teve défice de 66 milhões de euros nas instituições de governo central da Igreja Católica

Cidade do Vaticano, 25 jul 2021 (Ecclesia) – A Administração do Património da Sé Apostólico (APSA) divulgou este sábado as suas contas de forma pública, o que acontece pela primeira vez desde a sua criação, em 1967.

O documento acompanhou a divulgação anual do balanço consolidado da Santa Sé em 2020, com um défice de 66,3 milhões de euros; em 2019, esse défice tinha sido de 79,2 milhões.

“O ano de 2020 foi um ano difícil, que obrigou os Dicastérios do Vaticano a reduzir as despesas. Para sustentar as diversas atividades, a serviço da missão do Papa, foi utilizado menos o Óbolo de São Pedro, em relação aos anos passados”, refere o jesuíta Juan Antonio Guerrero Alves, prefeito da Secretaria para a Economia (SPE), em entrevista ao portal ‘Vatican News’.

O património líquido da Santa Sé é de cerca de 1380 milhões de euros.

O prefeito da SPE sublinha que estas entidades de governo central da Igreja católica “não têm fins lucrativos e muitas tendem a perdas, porque prestam serviços que não são completamente financiados”.

O padre Juan Antonio Guerrero Alves elogia os esforços feitos para reduzir as despesas e o aumento da ajuda a Igrejas mais atingidas pela pandemia.

“As Nunciaturas também apertaram o cinto, reduzindo os seus gastos em 4 milhões de euros; a mesma coisa aconteceu com os serviços de consultoria, reduzidos em 1,6 milhões de euros, menos 19% que no ano anterior”, precisou.

A entrevista ao ‘Vatican News’ aborda as questões jurídicas sobre uma venda imobiliária em Londres, que envolvem dez pessoas, incluindo os antigos presidente e diretor da Autoridade para a Informação Financeira do Vaticano, vários responsáveis da Secretaria de Estado e o cardeal Angelo Becciu.

“Este processo foi possível porque alguns controlos internos funcionaram: as acusações saíram de dentro do Vaticano”, sustenta o prefeito da SPE.

“Espero que os passos que estão a ser dados na direção certa, para uma melhor gestão, um controlo mais eficaz e uma maior transparência, possam ajudar a restabelecer uma maior credibilidade”, acrescenta.

Em 2020, o Papa determinou que a Secretaria de Estado do Vaticano deixasse de gerir fundos e propriedades, passando essa missão para a Secretaria para a Economia, da Santa Se, e a sua Administração do Património.

OC

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Agência ECCLESIA

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