Bruno Leite fala da experiência de perder um familiar durante o confinamento
Lisboa, 02 nov 2020 (Ecclesia) – Bruno Leite vive por estes dias um luto partilhado com a alegria da paternidade, depois da perda de um familiar, por causa da Covid-19.
“Toda a informação que chegava e todo o acompanhamento que podíamos dar era através do telefone” refere à Agência ECCLESIA.
Nos dias do confinamento, o entrevistado viu morrer a sua tia Lurdes que, aos 74 anos foi levada para o hospital com dificuldades respiratórias.
As regras de segurança impediram qualquer contacto e Bruno Leite reconhece que esta situação contribuiu para aumentar a “angústia e a tristeza”.
O telefone transmitiu a notícia do falecimento e o entrevistado sentiu a obrigação moral de cuidar do funeral: Bruno e a esposa, o sacerdote e a funcionária da agência funerária foram as únicas pessoas presentes.
Um cenário inesperado, onde havia fatos de proteção integral e uma urna selada que, nem naquele momento, permitiu um último olhar.
“Era até preciso um ato de fé para eu acreditar que ali, estava de facto a minha tia”, confessa o entrevistado na emissão deste domingo do programa ‘70×7’ (RTP2).
Após todo este processo, restaram as cinzas entregues pelo crematório.
Bruno Leite procura agora percorrer as etapas de um luto possível e confessa: “Gostava que esta pandemia acalmasse para eu poder fazer uma cerimónia mais definitiva e assim passar esta página da vida”.
Conforta-o o facto de tudo ter decorrido, de certa forma como a tia desejava, sem “trabalhos e funeral dispendioso”, mas principalmente animo-o uma consciência apaziguada.
“Sei que em vida, fiz o possível pela minha tia. Visitava-a, partilhámos refeições e procurei estar sempre presente”, aponta.
O entrevistado reconhece na fé católica a “vitamina” que lhe permite enfrentar a situação e fala mesmo num “superpoder” que como diz, “ajuda a meter as peças todas no lugar”.
Portugal vive hoje um dia de luto nacional, como forma de prestar homenagem aos falecidos, em especial as vítimas da Covid-19.
HM/OC